quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Carranca´s Roots

Nesta postagem podemos conferir um registro raro da Carranca em ação. Conversando com o vocalista da banda, Marcelo Baia, na madrugada desta quarta-feira pelo msn pude ouví-lo declarar que nesta fase a pegada da banda estava no nível máximo. Infelizmente este é o único vídeo da banda se apresentando ao vivo, os demais registros são gravações de estúdio e contam com composições próprias. No momento a banda está de molho e o vocalista Marcelo Baia e o baixista Alisson Sanches envolvidos em um novo projeto musical. Contudo a banda está em fase de preparação de seu primeiro album, algumas músicas podem ser ouvidas no myspace da banda clicando no link http://www.myspace.com/carranca .
O vídeo traz a banda fazendo um cover da música Roots do Sepultura, que coincidentemente ou não, traduz bem a sonoridade da Carranca, cujas raízes estão fincadas na música brasileira e em vertentes pesadas do rock´n roll, como o Heavy e o Trash Metal. A apresentaçã ocorreu, segundo Marcelo, no ano de 2005 na casa de Wesley Costa Melo, que assim como Davi Primavera, procurou e ainda procura realizar projetos que mostrem a força da música pontenovense. O envolvimento de Wesley com a música feita em Ponte Nova é tão forte que alguns destes projetos músicais foram realizados no quintal de sua casa, já que a cidade não conta com espaços destinados à apresentação de bandas de linhagem sonora mais pesada.
Chega de blá, blá, blá e vamos para o que interessa, com vocês Carranca.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Percepção Musical: uma tentativa de desembrutecer o espírito pontenovense



No sábado, dia 26 de setembro, a escola de música Percepção Musical iniciou um projeto cultural na cidade de Ponte Nova, onde pretende trazer no último sábado de cada vez uma atração artística. As apresentações acontecem na frente da escola e o objetivo é oferecer ao público pontenovense acesso à arte produzida na cidade. Embora seja uma iniciativa importante, na medida em que procura constituir um ambiente em que a cultura está presente, consolidar uma agenda cultural na cidade e porque não, formar uma identidade cultural pontenovense, houve poucas pessoas assistindo à apresentação da Persona, primeira atração do projeto. Bom, eu não estava lá, mas vi as fotos da apresentação no orkut da banda e pude constatar que as poucas pessoas presentes eram alunos, parentes ou amigos dos componentes da banda.
Certamente a falta de um número maior de pessoas não foi por se tratar do show de uma banda ruim, pois a Persona faz um blues de qualidade e todos os componentes são excelentes músicos, inclusive foi publicado aqui no Born To Lose um texto sobre a banda caso alguém queira confirmar o que estou dizendo. Assim não posso evitar perguntas como: o que há em Ponte Nova para que as pessoas não se interessem em presenciar um show como esse? Porque as pessoas se aglomeram em lugares como o Estação do Chopp para ouvir sonzinho feito por voz e violão e desprezam aqueles que fazem seu próprio som e buscam sua identidade musical? O que há na mesmice, visto pela maioria dos pontenovenses, que pode ser mais interessantes que a surrealidade de haver uma banda de blues tocando numa das calçadas da cidade? Alguém aí consegue responder alguma destas perguntas?
Por estas e outras que ás vezes me sinto como o Simão Bacamarte do conto O Alienista do Machado de Assis, sendo levado à concluir que se todos os loucos estão internados e apenas eu estou são, alguma coisa há de errado, talvez eu é quem esteja louco e todos os internos sãos. Não é difícil à alguém ser levado a esta conclusão caso viva em Ponte Nova e busque tornar visível a arte feita na cidade. Sei que este problema não é exclusivo de Ponte Nova, mas é um sintoma da sociedade global. É preciso promover o desembrutecimento espiritual do pontenovense, não porque seja o único tipo de ser humano a ter seu espírito embrutecido, mas por se tratar de nós mesmos, nascidos em Ponte Nova. Um projeto como este que traz uma atração musical como a Persona e conta apenas com a presença de outros músicos, fica impedindo de cumprir seu papel social, talvez apenas sirva para que haja interação entre os próprios músicos.
Conheço as pessoas envolvidas neste projeto e estou certo de que querem mais que construir um espaço em que os músicos possam interagir, pois isso a escola Percepção Musical já faz muito bem. A intenção é tornar visível a arte pontenovense, mas como diz o ditado popular “O pior cego é aquele que não quer enxergar”, sendo assim como fazer que os pontenovenses enxerguem sua arte? Talvez não baste coloca-la em sua frente, mas procurar mudar o modo como a enxergam. Quero dizer, o problema não está no objeto, mas no sujeito. O que parece acontecer é haver um bloqueio da subjetividade das pessoas, ou seja, ela esta cristalizada, impedida de fluir e assim poder reconhecer novas possibilidades, dentro outras coisas, do fazer artístico.
Pode ser que tudo dito por mim não tenha nenhuma relação como que ocorreu de fato. Talvez as fotos tenham sido tiradas em momentos em que as pessoas haviam saído ou não haviam chegado. Talvez como foi escrito sobre meu texto Arte Subterrânea em Ponte Nova, tudo escrito aqui não passe de BLÁ, BLÁ, BLÁ. (rs) Portanto, caros leitores façam justiça e deixem seu comentário sobre a apresentação, pois se há equívocos no texto, muito se deve ao fato de eu querer muito estar ai para ouvir o som da Persona ao vivo e não poder, e saber que aqueles que poderiam ter este prazer deixaram o rejeitaram.
Espero que projetos como o da Percepção Musical tenham vida longa e se multipliquem na cidade, quem sabe a situação mude, quem sabe a persistência de tais projetos alcance o objetivo de fazer com que a arte pontenovense seja conhecida por todos.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Serie Entre-Vistas, com Davi Primavera.


A série Entre Vista em setembro tem como convidado o músico e compositor pontenovense Davi Primavera, agora é só conferir.

Born to Lose - Aqui temos uma pergunta padrão que abre nosso bate papo e a faço a você agora: o que você entende por arte? Qual a sua concepção mais particular de arte? Esqueça qualquer definição objetiva, seja o mais subjetivo e sincero possível.
Davi Primavera - Pra mim arte é transformação, junção das coisas. Pensamentos, palavras, papel, tecido, cores, restos e etc... No meu ver, arte é uma coisa difícil de definir, pois essa palavra pode ser usadas em várias circunstâncias, alguns tem a arte de enganar, outros de pintar, outros de compor, outros de sorrir e por ai vai.
Born to Lose – Esta definição de arte que você nos apresenta, representa bem a relação entre o artista e sua atividade, o malandro com o ato de ludibriar, o pintor com o de pintar, o compositor com o de compor, etcetera. Essa ligação entre o artista e sua arte, sugere um vínculo necessário entre as partes, como se a existência do malandro só fizesse sentido na possibilidade de ludibriar, a do pintor na de pintar, a do compositor na de compor, a do músico na de tocar. Sei meu amigo que seu interesse pela música vai além do prazer de tocar, deságua na necessidade de compor, de criar, enfim de transformar e juntar coisas. Como você vê em si mesmo esta ligação entre a atividade de composição e a necessidade de exteriorizar, expressar suas idéias e emoções? Quando e de que maneira você se deparou com este lado criador, que o levou a ultrapassar o limite entre o instrumentista e o compositor?
Davi Primavera - Então meu caro amigo, acredito que essa relação com a composição surgiu desde a minha infância, pois cresci ao lado de uma poetisa, creio que ao ver minha mãe escrever seus poemas sugira a inspiração (ou nessecidade) de escrever também! Lembro-me que aos doze ou treze anos de idade compus minha primeira canção (que por sinal nem me recordo da letra e melodia) e assim, não consegui mais ficar sem compor, sempre que pego meu violão surge essa necessidade ou então podemos chamar de cobrança (sei lá) isso passou a fazer parte da minha vida (estranho isso neh!), mas é isso
Born To Lose: Bom Davi, faz algum tempo você tem se dedicado à um repertório voltado aos grandes nomes da música brasileira como o nosso conterrâneo João Bosco. Entretanto, não faz muito tempo você fazia parte de uma banda, a Voto Nulo, com forte influência hardcore, indie, punk... o que desde a adolescencia faz parte de suas verve musical. O que o levou a esta transiçao? A que voce atribui esta mudança?
Davi Primavera: Bem, não diria mudança, pois, desde criança sempre gostei de ouivr variados estilos musicais, nunca tive uma tribo certa, como diria o Cazuza: " Gosto de andar em bando ". Acho isso uma coisa bem tipica de cidade do interior, pois não temos muitas opções, todo mundo conhece todo mundo, as opções de laser quase sempre são as mesmas, as pessoas quase sempre são as mesmas e acho que isso acabou interferindo no meu gosto musical. Comecei estudando violão classico e acabei me interessando mais pelo violão popular, era legal aprender uma musica e sair com a moçada para fazer um luau... Mais tarde fui convidado Pelo Luis Gustavo Cota (Gugu) e pelo Nelson Jr. para participar de uma banda de Pop Rock chamada " Vovó Croysnah " e paralelo à essa banda eu tocava violão em bares para tirar um trocado, dessa forma fui conhecendo muitas bandas, muitos ritmos. Quando terminamos com a " Vovó Croysnah " eu e o Nelson convidamos o baixista Vitor ( Vitão) para montar outra banda que viria a se chamar Voto Nulo. Com o Vitão conhecemos muitos sons legais e começamos a tocar alguns couvers de bandas como Rancid, Nofx, Green Day, dentre outras, até que começamos a compor nossas proprias musicas. Mesmos tocando em uma banda Punk eu ainda garantia uma grana na noite pontenovense com meu violão. Agora que o Voto Nulo não está mais tocando acaba sobrando tempo pra eu me dedicar mais ao violão. E dessa forma foi acontecendo até que meu gosto musical virasse essa salada de frutas. Hoje quando alguém me pergunta quais são minhas influências musicais é até engraçado quando digo: Milton Nascimento, João Bosco, João Gilberto, Gilberto Gil, Rancid, Sex Pistols, Louis Armstrong, James Brown, Jorge Ben, Tim Maia, etcetera ( Salada de Frutas ). Ou seja: Me agradou, seja bem vinda canção!
Born To Lose: Entendo. Como você consegue conjugar todas estas influências na hora de compor? São bandas e músicos com estilos variados, muitas sonoridades que não se chocam, são antagônicas como Sex Pistols de um lado e Milton Nascimento de outro, você tenta conjugar tendências tão dispares em suas composições?
Davi Primavera: Procuro ouvir muitas coisas, até mesmo som de outros países, sempre fico procurando conhecer novos artistas na internet, ouvi certa vez o Herbert Viana dizendo numa entrevista que alguém disse que "a musica já estava pronta, ele só teve a sorte de pegar primeiro"... concordo em partes, o instrumental sim acredito que tivemos a sorte de pegar primeiro, mas as letras isso vem da pessoa, tem gente que escreve de acordo com o que vive ou o que está passando naquele momento, outras fazem nascer uma letra a partir de uma melodia criada no instrumento e esse é o meu caso, às vezes até uma frase que ouço vira uma letra e ai pego o violão e vou criando tudo junto. Minhas preocupações são com quem irá executar comigo a musica, é muito bom quando outro musico entende a mensagem que você está querendo passar na música.
Born To Lose: Você diz que é muito bom ter a mensagem transmitida através da sua música compreendida por outro músico. Porque isso é tão bom Davi?
Davi Primavera: Quando estou construindo alguma musica sempre imagino ela já pronta, imagino os instrumentos que irão completar a melodia, a sensibilidade ou força com que a voz vai entrar... outro dia mostrei uma nova canção pro meu amigo Zeca (José Carlos Daniel) e acabou que ele teve uma belíssima visão que eu não tinha percebido, ele imaginou algumas vozes de crianças no refrão da musica, agora quando toco essa musica consigo até ouvir essas vozes, parece que é o que estava faltando para completar a canção. Como eu disse anteriormente, parece que a musica já estava pronta e eu peguei primeiro.
Born To Lose: Interessante esta imagem Davi, porque ela privilegia muito a intuição no processo de composição. Como se o compositor ele tivesse um sexto sentido, a intuição vista como um guia a conduzir o artista aos caminhos certos, aos lugares certos onde encontrar as melodias, as harmonias adequadas à seu propósito. Outro fator interessante é que neste sentido você faz um elogio da intuição, da sensibilidade em detrimento do uso racional dos conceitos estéticos, no caso da música, as noções próprias à teoria musical. A meu ver o artista autêntico não despreza a razão, contudo ele a subordina à intuição; desse modo é a paixão que conduz as mãos do instrumentista e a imaginação do compositor. O conhecimento racional, o conhecimento teórico é um recurso, e se domínio certamente está mais no campo das ciências. Assim Davi, de que modo você relaciona intuição e razão (entendida aqui como uso lógico dos conteúdos da teoria musical) no seu processo de criação?
Davi Primavera: Cara, isso é muito louco no meu processo de criação, quase sempre eu imagino uma situação e começo a escrever, isso acabada criando um mundo de magia... Se na vida real um compositor ou um poeta está fracassado no amor, por exemplo, ele pode reverter a situação em uma letra, pode ser o que quiser e fazer o que quiser, mesmo que tenha inventado alguma historia que não o envolva diretamente, a letra sempre tem um pouco da pessoa que a escreveu. Tipo, uma coisa vai puxando a outra, o músico se envolve com o instrumento que já chama uma melodia, ou de voz ou instrumental e por ai vai. " Sei la se consegui responder sua pergunta" rsrsrs
Born To Lose: Bom Davi, sei que é professor de violão, isso implica uma responsabilidade que interessa pouco, ou não interessa nada ao artista de um modo geral, que é o ato de ensinar, neste caso o ensinar para a música. Como você encara esta relação entre o educador e o artista?
Davi Primavera: Cara, isso é uma responsabilidade tremenda, muitas pessoas entram na aula de violão porque acham bonito, mas existem muitos casos em que os alunos levam a serio e tem o sonho de poder viver de musica, ajudar a construir o sonho de alguém é muito importante e delicado. Acredito que dar aula é um aprendizado tanto para o aluno, tanto para o professor, pois, ensinando vco está treinando e assim fica mais gratificante para todos, pois mesmo um aluno que não saiba tocar ainda, sem saber ele está ajudando o professor a desenvolver.
Born To Lose: Como você vê a cultura pontenovense? O que você considera esta acontecendo em termos culturais na cidade que valham a pena ser ressaltado?
Davi Primavera: A cultura Pontenovense desde sempre anda muito falha, pouco insentivo, os artistas têm que fazer por si proprio, que por esse lado tem acontecido muitas coisas legais, por exemplo: O Karran que tem feito o teatro de bolso, é um movimento em que ele reune umas 30 pessoas em sua casa toda sexta e sabado para apresentar suas peças, construiu até uma arquibancada, as peças são simplismente apaixonantes. Existem também bandas fazendo sua parte, como a banda Primatas que gravaram um cd rescentemente e e gravaram um dvd esse mês, existe um apoio entre amigos e tal, mas nada diretamente relacionado a prefeitura de nossa cidade. Outra pessoa que eu gostaria de destacar aqui é o João Matos (PonteNet), que tem apoiado a cultura em Ponte Nova, todo evento que esteja relacionado a cultura lá está o João com sua camera fotografica ou filmadora, além de divulgar no site da PonteNet os acontecimentos culturais da nossa cidade ou quando não está participando diretamente para realizaçao dos eventos. Ponte Nova tem tantos impresarios que poderiam estar ajudando e no entanto isso não acontece. Nesse mês de agosto por exemplo aconteceram alguns eventos na cidade, Encontro de Motociclistas, Festival de Inverno dentre outros que não me lembro agora, mas um detalhe, todos eventos no mesmo final de semana, eu mesmo toquei no encontro de motociclista e devido a isso não pude comparecer em muitas apresentaçoes do Festival de Inverno que eu gostaria de ter assistido, faltou divulgação também... Como a prefeitura libera alvará pra varios eventos e que estão relacionados a cultura no mesmo final de semana numa cidade tão pequena como Ponte Nova? Fica complicado.
Mas por outro lado tenho notado que as coisas estão acontecendo mesmo sem apoio, gostaria até de destacar algumas pessoas aqui que tem produzido muita coisa legal como os Primatas que citei anteriormente, a banda Farol Verde, Officiais, Dog Jones, Carranca, Wesley Costa Melo, Persona (minha atual banda), Joe, Pedro Zaidan, Tiago Otoni, e também existem os artesões que por muita vezes tem que correr atraz para vender, existem as feirinhas de artesanato mas que não sei qual o envolvimento da prefeitura nisso, mas que também não vejo muito interesse das pessoas nas peças expostas e sim na comida e bebidas, cheguei até produzir algumas coisas pra algumas feiras mas que davam mais trabalho do que lucro. É isso, não vejo muito interesse nas pessoas de Ponte Nova em contribuir com a cultura, nem que seja com a presença.
Born To Lose: Bem Davi, como é fazer blues em Ponte Nova? A pergunta pode parecer estranha, mas o fato é que não consigo pensar como seria o blues pontenovense. Por estar afastado da cidade fico curioso em saber o efeito do blues sobre as pessoas em Ponte Nova, visto que o blues não está entre os gêneros preferidos do pontenovense. Outro fator que desperta tal curiosidade está em vocês da Persona serem a primeira banda de blues em Ponte Nova, ao menos não cheguei a conhecer nenhuma outra. Havia o Claudinho (Mentor) e o Lele que tocavam blues, mas que não ousaram em levar o som para além de sua intimidade.
Davi Primavera: Então cara, pra mim está sendo um excelente experiencia. Já há algum tempo o pessoal do Persona vinha me convidando para fazer parte da banda nos vocais, mas como eu estava envolvido em outros projetos não tinha tempo pra me dedicar a outra banda, com o fim do Voto Nulo veio novamente o convite pra que eu entrasse na banda e ai sim aceitei por conhecer melhor o trabalho da banda, as musicas cantadas em brasileiro, então pra mim foi mais fácil, pois a musicas estavam prontas, era só eu decorar e pronto. Mas agora já estamos trabalhando em novas musicas e ai sim tem minha participação, estou achando uma experiência fantastica, comecei a compor por esses dias uma nova canção e tá surgindo coisas que realmente me agradam muito, por exemplo: o som do Persona tem muito a ver com o som que eu gosto, são musicas que dão pra executar no violão tranquilamente. Fizemos nosso primeiro show nesse mês de agosto e ficamos surpresos com o resultado, tivemos uma aceitação muito grande e até hoje estão rolando os comentarios, não imaginava que Ponte Nova iria receber tão bem esse estilo. Tomara que continue assim, não só nos encontros de motociclistas mas sim nas festinhas e tal... Vejo o som do persona hora blues rock hora blues jazz. E em breve terminaremos a gravação e postaremos um link pra que todos possam ouvir.
Born To Lose: Quais seus planos para o futuro? Pensa em dedicar-se exclusivamente ao blues da Persona, ou há intenção de desenvolver um projeto solo?
Davi Primavera: Estou muito empolgado com o Persona, pois é um trabalho levado com muita dedicação por todos os membros da banda. Num primeiro momento não achei que seria tão bacana como tem sido, mas admito que me surpreendi, pois o som tá com a cara que eu gosto... Há muito tempo tenho uma ideia de desenvolver um trabalho no violão, mas que ainda não tem nada definido e nem data marcada.
Born To Lose: Davi, quero agradecer por ter nos concedido esta entrevista. Caso haja alguma pergunta que não tenha sido feita, mas que você acha que deveria fazer parte desta entrevista, por favor faça esta pergunta você mesmo e responda. Sei que pode parecer estranho, porém, algo pode ter escapado a este seu entrevistador e que poderia que me surpreendi, pois o som tá com a cara que eu gosto... Há muito tempo tenho uma ideia de desenvolver um trabalho no violão, mas que ainda não tem nada definido e nem data marcada.
Davi Primavera: Nem precisa agradecer, sinto-me privilegiado em ser entrevistado por uma pessoa que admiro tanto quanto você Carlin, que mesmo longe contribui como poucos para divulgar a cultura em Ponte Nova. Parabéns pelo trabalho.

Não tem outra pergunta que eu gostaria de me fazer, a entrevista foi exelente. Gostaria sim de deixar aqui um agradecimento especial para as pessoas que contribuiram de forma direta para minha formação:

Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, Expedito Jorge de Azevedo (em memoria) e a minha mãe, Lindaura Primavera de Azevedo (principal responsável pela minha carreira). Outras pessoas que também contribuiram foram todos com quem já toquei ou tive algum projeto como: Vitão (Voto Nulo), Luciano (Voto Nulo), Luis Gustavo Santos Cota (Vovó Croysna), Nelson Junior (Vovó Croysna e ex-Voto Nulo, atual baterista do Dog Jones), Francis (Vovó Croysna), Bruno Bueno (ex-Voto Nulo, atual baterista do Ballet e Chivas Duo), José Carlos Daniel, Wesley Costa Melo, Jaqueson Rodrigues, Leonísio, Joe, Samuel e Emerson (Persona, minha atual banda). Outros insentivadores: Lili minha branquela, Ayrton Pirtz, Carlin (Born to Lose), galera de Ouro Preto, dentre outros que são muitos e que por favor me desculpem por não lembrar no momento.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Bluesman





As marcas do blues não são apenas sons
Basta olhar as mãos e a face do bluesman
Sulcadas por uma existência de dor
Mas que faz o blues sair do fundo da alma.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Davi Primavera - Uma vida através dos sons



Pode-se ir para qualquer parte do mundo, viver por muitos anos afastado, mas sempre estará presente em cada um a lembrança da terra natal, e porque não, a vontade de para lá retornar um dia. Este sentimento se faz presente mesmo quando a terra natal é madrasta. Para muitos de seus filhos Ponte Nova foi e para muitos ainda é madrasta, por este motivo se afastam e vão procurar as condições para satisfazer seus desejos em terras distantes. Contudo existem aqueles que persistem que batem o pé e tentam comove-la, demonstrando-lhe seu amor, procurando converter esta madrasta em mãe carinhosa e dedicada. Quão utópica é esta luta! Mas também, quão necessária é a utopia! A dinâmica da vida muitas vezes é ditada por um desejo, pela busca do orgasmo, cuja satisfação plena se dá apenas nos braços da morte. Desta maneira, muitas vezes as melhores vivências, as vidas mais vivas, são aquelas que sempre perseguiram o orgasmo pleno, mas nunca o alcançaram. Possivelmente Ponte Nova jamais será amável como nossas mães, mas as tentativas de torná-la acolhedora a seus filhos estarão sempre presentes, ditando o ritmo das vidas de muitos de seus filhos.
Poderia citar muitos filhos de Ponte Nova que se encontram nesta luta, entretanto, queremos ressaltar o nome de Davi Primavera, convidado de setembro da série Entre-Vistas de nosso blog. A vida de Davi se constrói à cada acorde cuidadosamente colocado na harmonia, à cada melodia cantada, outras vezes gritada, afirmando sua existência através de sons. Talvez alguns considerem exagerada a afirmação de que alguém como Davi tenha começado a viver quando descobriu haver no mundo sons, que poderiam ser manipulados por sua imaginação, que poderiam se repetir na sua memória, que poderiam ser a exteriorização de seu espírito. Temos acesso ao espírito de Davi porque este nos mostra em suas composições e podemos afirmar com segurança que o espírito de Davi Primavera á pura sonoridade.
Davi ainda acredita na utopia, ainda acredita ser possível transformar a madrasta em mãe, basta lembrarmos de todos os esforços empreendidos por ele para chamar atenção de sua terra para suas riquezas sonoras. Muitos foram os Festivais de Rock por ele organizados, muitas foram as bandas que participou, muitas foram as vertentes musicais pelas quais se apaixonou e tentou chamar atenção de sua terra para elas, e apesar de muito pouco efeito estes esforços terem produzido em sua terra, ainda sim ele se mantêm a seu lado, procurando despertar seu afeto por si e por seus filhos. Tanto é assim que Davi se dedica hoje ao ensino da música, transformando a arte de fazer música na arte de ensinar música, talvez o maior desafio que tenha assumido enquanto músico. Há muito o que dizer sobre Davi Primavera, por isso nada melhor que ler suas próprias palavras. Então até o dia 25, quando a entrevista do músico será publicada neste blog.

Para conhecer um pouco mais do trabalho de Davi Primavera visite o my space do musico clicando do link: http://www.myspace.com/daviprimavera