quinta-feira, 17 de junho de 2010

1º ENCONTRO DE ARTE-EDUCAÇÃO DE OURO PRETO

O Born To Lose tem como uma de suas metas divulgar a produção cultural pontenovense e discutir os caminhos que a arte está tomando em nossa Ponte Nova. Emerson de Paula, diretor, ator e agora Professor do Departamento de artes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) sem dúvida é um dos nomes mais importantes da cena artística e cultural de Ponte Nova.
O trabalho de Emerson em evidência em Ponte Nova começa a se destacar também em Ouro Preto, o artista faz parte da organização do 1º ENCONTRO DE ARTE-EDUCAÇÃO DE OURO PRETO. Abaixo segue a programação deste evento e as informações necessárias para inscrição.


1º ENCONTRO DE ARTE-EDUCAÇÃO DE OURO PRETO

13 e 14 de Julho de 2010

Universidade Federal de Ouro Preto

Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil

ABRAços Artísticos – Educacionais

1 Apresentação

O Departamento de Artes da Universidade Federal de Ouro Preto, o Núcleo ABRA de Ouro
Preto e a Curadoria de Artes Cênicas do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum
das Artes 2010 realizam em parceria o 1º Encontro de Arte-educação de Ouro Preto. O evento
tem o objetivo de discutir e analisar práticas da Arte-educação no ensino formal, não-formal e
informal, através de palestras, debates e comunicações. Constitui-se como mais um lugar do
fazer científico, onde pesquisadores possam apresentar seus trabalhos e trocar experiências
sobre o desenvolvimento da Arte-educação no Brasil.

2 Programação

Dia 13/07

8h - Recepção e Credenciamento.

9h - Abertura e Apresentação do IDEA 2010.

9h30 – Palestra - Dança e Escola – Realidades Brasileiras com Michelle Gabrielli –
Professora do Curso de Graduação em Dança da Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG),
Mestranda em Letras na área de Estudos Literários pela UFV, bacharela e licenciada em
Dança pela mesma instituição. Bailarina, atriz e arte-educadora.

10h30 – Debate.

11h às 13h30 – Almoço.

13h30 - Apresentação dos inscritos no grupo temático DANÇA, CORPO E CULTURA.

14h30: Debate.

15 h: Encerramento.

Dia 14/07

9h – Palestra - Perspectivas do Ensino de Teatro na Espanha com Mariano Gracia:
Professor de Interpretação e direção cênica da Real Escuela Superior de Arte Dramática de
Madrid (RESAD), Professor de Literatura Dramática no Instituto del Teatro y de las Artes
Escénicas del Principado de Astúrias. Graduado em Laboratório Teatral "William Layton" (1986
/ 1989). Graduado pela Escuela Municipal de Teatro de Zaragoza (1980 / 1983).

10h: Debate

10h30 - Apresentação dos inscritos no grupo temático PEDAGOGIA DO TEATRO & TEATRO
E EDUCAÇÃO.

11h30 – Debate.

12h às 14h – Almoço.

14h às 15 h – Palestra - Os desafios da formação de Professores de Teatro na
Contemporaneidade com Mariana Muniz - Atriz, diretora e professora da Pós-graduação em
Artes e do Curso de Graduação em Teatro da EBA/UFMG. Doutora em História, Teoria e
Prática do Teatro pela Universidad de Alcalá (Espanha). Formada em Interpretação Gestual -
Real Escuela Superior de Arte Dramática de Madrid (2005). Licenciada em Língua Portuguesa
pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000). Líder do grupo de pesquisa do CNPq -
Núcleo Transdisciplinar de pesquisa em Artes Cênicas - NACE. Tem experiência na área do
Teatro, atuando principalmente nos seguintes temas: improvisação, licenciatura e teatro
contemporâneo. É diretora dos seguintes espetáculos de improvisação em repertório: Match de
Improvisação e Sobre Nós. É curadora do Festival de Inverno da UFMG desde 2006.
Coordenadora geral e curadora do FIMPRO - Festival Internacional de Improvisação Teatral.

15h - Debate

15h30 - Palestra – Performance e direitos Humanos: Experiências com presidiários em
Londres com Christina Gontijo Fornaciari: Doutoranda em Artes Cênicas pela UFBA -
Universidade Federal da Bahia. Mestra em Performance pela Queen Mary, University of
London (2005), com revalidação pela USP (2009) na linha de pesquisa Prática e Teoria Teatral.
Pós-graduada em Gestão Cultural pelo Instituto Struzzo (Itália-Brasil, 2008). Graduada em
Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos (2002). Graduada no Curso de Formação de
Atores do Teatro Universitário da UFMG (2000). Atualmente é professora substituta no curso
de Licenciatura em Artes Cênicas na UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto. Tem
experiência na área de Artes, com ênfase em Performance, Teatro Fisico e Dança.

16:30 às 17 h: Debate

17 h: Encerramento

3 Como inscrever seu trabalho nos grupos temáticos

• Preencher formulário de inscrição disponível no site do Festival de Inverno de Ouro
Preto e Mariana – Fórum das Artes 2010 – www.festivaldeinverno.ufop.br .

• Enviar resumo (no máximo 10 linhas):
Colocar antecedendo o resumo: Autor, título do trabalho, titulação, filiação institucional, vínculo
com a instituição (graduado; pós - graduando; pesquisador; pesquisador autônomo, docente).
Caso não haja vínculo institucional indicar: graduado por: (instituição), mestre por: (instituição)
e assim por diante. Máximo de 10 linhas, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5.
OBS: No caso de ser comunicação com apresentação de trabalho prático enviar com o resumo
um vídeo do trabalho.

Envie os formulários acompanhados de resumo (até 10 linhas) e um resumo ampliado para
análise da comissão dos GT’S. Formatação do texto integral: máximo de 10 laudas, fonte
Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5; papel A4, margens: superior 2,5cm; inferior
2,5cm; direita 3cm; esquerda 3cm, gravado em Word; contendo, Autor, Título e Filiação
Institucional. O texto integral é importante para possibilitar avaliação mais adequada pelos
coordenadores. Será entregue a cada participante ao final do encontro um CD ROM (Anais).
As inscrições de trabalhos podem ser feitas pelo e-mail cenicascuradoria@yahoo.com.br ou
entregue diretamente no DEART – DEPARTAMENTO DE ARTES – UNIVERSIDADE
FEDERAL DE OURO PRETO – CAMPUS UNIVERSITÁRIO – MORRO DO CRUZEIRO – 31-
3559-1731. Se a inscrição for feita na sede é necessário que o material impresso seja
acompanhado de CD com texto integral para publicação nos anais.

Os coordenadores dos GT’s receberão os resumos das comunicações e farão seleção das
propostas aceitas, enviando as cartas de aceite aos trabalhos aprovados e organizarão as
respectivas sessões de comunicação. Prevê-se a realização de dois GT’s, com apresentação
de cinco trabalhos.

3.1 GT 1 - Dança, corpo e cultura

Este GT tem como perspectiva abordar a dança como o pensamento do corpo. Pretende-se
também, abordar processos que investiguem a idéia de o homem ser uma corporeidade. Para
tanto terá como foco de diálogo e discussão a relação que cada um tem com seu corpo próprio
e como esse interfere nas extensões do seu viver. Os comportamentos e práticas
espetaculares humanos organizados, a diversidade e pluralidade cultural, o corpo na
educação.

3.2 GT2 - Pedagogia do teatro & Teatro e educação
Este GT tem como perspectiva abordar as práticas teatrais na diversidade de formações que o
teatro contemporâneo pode engendrar. Incluem-se neste GT os estudos teórico-práticos dos
contextos, das culturas, dos discursos e das linguagens artísticas e artístico-educacionais que
têm como centro o espetáculo, a oficina, a experimentação e as diferentes situações
pedagógicas que daí emergem. Assim, é objeto de pesquisa deste GT processos e práticas de
educadores, educandos, artistas e espectadores nos diferentes espaços de educação - formal,
informal e não-formal, assim como, reflexões produzidas em diferentes perspectivas teóricas e
metodológicas relacionadas a esses processos.

4 Prazos

Inscrição para participante como ouvinte: 10/06 A 13/07
Inscrições para apresentação nos grupos temáticos: 10/06 A 27/06
Confirmação de participação no GT (por e-mail): 05/07

5 Realização

Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum das Artes 2010/Curadoria de Artes
Cênicas

Núcleo ABRA de Ouro Preto
Departamento de Artes - UFOP

6 Coordenação Geral

Emerson de Paula (DEART - UFOP), Flaviano Souza e Silva e Osmar Vânio.

7 Comissão científica

Prof. Me. Acevesmoreno Flores Piegaz – DEART - UFOP
Prof. Me. Davi de Oliveira Pinto – DEART - UFOP
Profa. Me. Nicaulis Costa Conserva – DEART - UFOP
Prof. Dr. Ricardo Gomes – DEART - UFOP

domingo, 6 de junho de 2010

Carta pro meu Vô.






















O senhor já se perguntou o que significa viver? Eu me coloco essa questão sempre; não porque faltem respostas; respostas encontramos em cada esquina. A grande questão não é essa, mas porque sinto a necessidade de coloca-la a mim mesmo. “Pensar é estar doente dos olhos.”, a síntese do velho Caiero me atormenta! Estou doente vô, porque não consigo deixar de pensar no que significa viver. O que cativa no senhor, é justamente o vigor que vejo em sua alma. Sentir o senhor me traz a paz do silêncio, pois sinto a presença de uma vida serena, que não precisa de pensamentos e explicações, mas que está imersa no próprio viver. Ainda consigo ver o cinza daqueles domingos que não pude ir à roça! E jamais deixei de sentir a sensação daqueles dias de terra, verde e intensa atividade que a roça me deu! Era um tempo em que viver era o bastante para se estar feliz! Não me preocupar com os dias era tê-los; era passar por eles tão leve quanto a brisa das manhas de inverno! Ah! Vô, o senhor sabe do que falo né! O senhor é a própria brisa, que o intenso vento dos anos sopra cada vê mais alto. Não tenho respostas vô, na verdade, inconscientemente acho que nem as quero. Tenho algo melhor que respostas, o senhor, a própria vivência que possui mais força que qualquer resposta! Ainda serei brisa vô, pode crer!

sábado, 5 de junho de 2010

Pat Metheney - Orchestrion

Esta postagem visa compartilhar com os leitores de Born To Lose uma descoberta ocorrida ao acaso, o lançamento do novo álbum do jazz guittar Pat Metheny batizado de Orchestrion. O modo como as músicas foram gravadas é no mínimo assustador! Entendam porque lendo o texto abaixo de autoria de Rafael Sartori e extraído do blog Território da Música.

Que Pat Metheny é um dos músicos mais criativos e talentosos em atividade, todo mundo sabe. Não é segredo também o seu interesse por modernidades como samplers, sintetizadores e sequenciadores. Mas “Orchestrion”, o novo álbum, leva tudo isso para um patamar que beira o inacreditável.

Acontece que o guitarrista toca acompanhado por nada menos do que uma banda de robôs, por assim dizer. Um aparato tecnológico desenvolvido em parceria com a Electronic Musical Urban Robots registra as notas que Matheny toca, assim como a intensidade e duração de cada uma delas. A partir daí, os dados são distribuídos para instrumentos como baixo, piano, percussão e bateria, que fazem suas partes sozinhos. Veja o vídeo abaixo para entender melhor!

De nada adiantaria, contudo, criar um projeto tão audacioso se a qualidade musical não fosse boa. Quanto a isso o ouvinte pode ficar tranquilo, pois raramente Pat Metheny decepciona. O repertório traz cinco longas faixas de um jazz calmo, intimista e cheio de climas. Embora o grande destaque seja a forma de como o disco foi feito e não as músicas em si, não dá para reclamar das belíssimas melodias e passagens que encontramos ao longo da faixa-título, em “Soul Search” e “Spirit of the Air”, por exemplo.

Como estava experimentando seu novo brinquedinho, Pat Metheny não se arriscou muito em “Orchestrion”, permanecendo em sua zona de conforto e sem exigir muito de seus novos “companheiros”. Se ele levar a idéia adiante, porém, não haverá limites para o guitarrista.


Relato de uma morte que vive

















Hoje caminha. Assim como ontem, assim como amanhã. Dias úmidos ou quentes, ruas claras ou escuras, não importa; seus olhos olham, mas não vêem. Respira o ar, mas não o sente; beija os lábios da mulher e sua pulsação continua estável. Os traços de seu rosto são os mesmos sempre. Não sabe se teve dias ou se está preso ao mesmo dia, que se repete eternamente.

Em sua direção, na direção oposta, do lado esquerdo, do lado direito, sobre sua cabeça, abaixo de seus pés: corpos. Corpos de carne, corpos de metal, corpos de vidro, corpos de terra, corpos de aço, corpos de madeira. Até corpos sem corpos.

Suor saindo de seus poros escorrega pela superfície do seu rosto. Caem ao chão ou sobre os braços da mulher. Existem flores e nas flores existe o amarelo, o verde, o vermelho, o azul e o preto. Ainda existe vida deste lado! Entretanto, seus olhos não piscam, estão presos a imagens fixas, sentimentos diamantes, que imploram pelo cinza de todas as cinzas. A isso chama vida.

Acredita viver. Diante de seus olhos o fardo, o peso, a medida, uma tonelada. Acredita em ganhar e perder, morrer e viver, cagar e mijar, ser bom ou mal (acho que até mesmo acredita em ser bom e mal). Ainda não conseguiu chorar, só consegue rir. Concebe as coisas dentro de uma escala evolutiva: do mal ao bom, do errado ao certo, do triste ao feliz, do doentio ao saudável, da escravidão à liberdade, do amor ao ódio. Outras vezes as concebe dentro de uma escala hierárquica: primeiro o bom e depois o mal, primeiro o certo e depois o errado, primeiro a felicidade e depois a tristeza, primeiro a saúde e depois a doença, primeiro a liberdade e depois a escravidão, primeiro o amor e depois o ódio. Por enquanto não odiou, não amou, não sofreu, não escolheu, não desejou.

Certa vez contaram-lhe que a chama é quente e queima a ponta dos dedos. Disseram-lhe que há flores nos jardins e que nelas podemos aspirar fragrâncias diversas. Até hoje não colocou a mão na chama, muito menos se abaixou para respirar o perfume dos jardins.

Nunca o julgaram louco. Na verdade, alguns o chamaram de mestre, outros de experiente; mas inconseqüente, desmedido ou aprendiz, isso nunca.

O pior é que nada disso ele sabe. Pensa estar acordado em seu sono profundo. Nada disso se quer relampejou em seu espírito. São seus olhos que contam esse sentimento ou vivemos num palácio de espelhos?