Born To Lose: O retorno do Primitive Rock e o nacimento do Power Duo

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O retorno do Primitive Rock e o nacimento do Power Duo

A formação Baixo, Guitarra e Bateria foi imortalizada por bandas de tendências bastante diferentes como Blue Cheer, Cream, The Jimmi Hendrix Experience, Motor Head e Rush. Esta formação ficou conhecida como Power Trio e mostrou que pra fazer Rock a três é preciso fazer jus às bolas, mais que os outros.

Em 2007 aconteceu algo inusitado comigo, em Ponte Nova, conhecida, não gratuitamente, como Ilha da Fantasia. O Davi Primavera, grande músico daquela cidade, sempre organizando eventos musicais, focando principalmente a divulgação das bandas de rock pontenovenses, enfim, suando a camisa em prol da arte de fazer barulho estava organizando um novo evento, onde eu iria ver o rock dar um novo passo, momento em que a quantidade de integrantes iria diminuir e a energia musical atingir padrões superiores aos alcançados pela mais agressiva banda de hardcore.

Felizmente estava na cidade naquele momento, final de ano, quando vou à Minas visitar meus pais e amigos, e fui ao Hotel Glória, ambiente mais que propício à sonoridade do punk rock e do hardcore, participar de mais um encontro de Rock organizado pelo Davi, quando vi a formação Power Trio ser superada. Em cima do palco apenas dois caras, bateria e guitarra; com aquela agressividade meu velho, baixo praquê? Nascia o Power Duo. Pra formar um Power Duo meu irmão, pode botar fé, tem que ter mais culhôes do que os caras do Power Trio, mais tesão, mais vontade de explodir em riffs, gritos e batidas. Pra ser um Power Duo é preciso ser um Reator Nuclear, e não há outra definição para o Chivas Duo a não ser esta: REATOR NUCLEAR. Amigos é muita energia liberada pelo som dos caras, olhando a performance da banda em cima do palco, percebe-se o retorno do feeling próprio do Primitive Rock, presente nos primeiros riffs do Chuck Berry e que a industria da música extinguiu. Aquilo que hoje se convencionou chamar de rock, estas pseudo bandas, pré fabricadas em estúdios gigantescos, reflexo das reuniões de empresários ávidos por lucro, que garantem a estas bandecas logo no primeiro álbum a ponta das paradas, a excução sistemáticas de suas musiquetas melodramáticas nas rádios, e daí BUM já estão tocando em tudo quanto, se proliferando feito uma ninhada de ratos, parece a eclosão em cadeia de ovos de baratas. Estas bandecas ja vem com a parafernália toda à sua disposíçao, já vem com a estrutura de divulgação toda construída, incluindo fã clubes e adolescentes estéricas se desmanchando em gritaria gratuita nas mega produções que insistem em chamar de shows.

Acima à esquerda da garrafa o baterista Bruno Bueno, o da direita é El Bueno guitarrista e vocal.

O Chivas Duo resgata o sentido daquilo que é o rock, ou seja, simplicidade, diversão, prazer, expressão, ira, revolta, tesão, carne, dor, tudo que através da música faz comque sintamos que estamos vivos, que nos tira do transe da TV, da propaganda, du caralho a quatro que vive a nos entorpecer. E este sentido primitivo do rock aparece e desaparece em sua história, nasce e renasce tal qual a fênix, em novas bandas, em novos estilos. Ao menos na minha experiência particular o Chivas duo é a ultima encarnação deste espírito do primitive rock, emanado do Powe Duo, da mineiridade do rock´n roll do legítimo punk rock, aquele dos Stooges, dos Ramones ... que o Chivas Duo seja fonte de inspiração para novas bandas, para novas encarnações deste primitive rock, para o surgimento de novos Reatores Nucleares.

Quer experimentar a explosão desta ogiva nuclear no fundo do seu cérebro? Clique no link abaixo, vai te levar ao My Space da Banda onde você terá acesso ao link através do qual você poderá fazer o download da demo do Chivas Duo. Vale a pena pra você que curte rock´n roll de verdade e pra você meu caro, que deseja se livrar do ranso destas bandas que fazem aquele rock pra Bunda Mole.

Ao link aê: http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=301374616

Tive o prazer de trocar algumas mensagens com o Bruno Bueno, baterista do Chivas, e convidá-lo junto com o guitarrista El Gomes para serem os entrevistados da nossa Série Entre-Vistas.

Portanto podem esperar por esta entrevista, até o final do ano ela sai aqui no Born To Lose.

Como diria o Chucky Berry, Hey, Hey Rock´n Roll, Hey, Hey Chivas Duo.

Na foto acima o Chivas Duo se apresentando em Ponte Nova

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O poeta Rogerio Saraiva - Entrevistado do mês de Junho

Este mês o entrevistado da Série Entre-Vistas é o poeta pontenovense Rogério Saraiva. Nesta entrevista o poeta conta sobre seu contato com a cultura cubana, o modo como a viagem à Ilha influenciou suas perspectivas estéticas e políticas. Aos 21 anos o poeta imprime em seus versos o vigor da juventude, bem como nos brinda com uma sensibilidade temperada com uma ironia sutil. Este mês a entrevista será postada com certo atraso, no dia 17 e não no dia 10 como tem acontecido. Sugerimos como aquecimento para a leitura da entrevista, que conheçam o blog do poeta, o link é http://rogersaraiva.blogspot.com/

Serie Entrevistas com o escultor Antônio Inácio

Nosso convidado do mês de julho nos brindou com uma entrevista cheia de imagens de uma vida dedicada à arte. Antônio Inácio é o primeiro artista a participar da Série Entre Vistas acima dos 30 anos. Até então nossos convidados fazem parte de uma geração de novos artistas, com novas perspectivas, novos sonhos, novas idéias. Temos a possibilidade de confrontar o novo e antigo, colocar duas gerações frente a frente. Aproveitemos a oportunidade e que artistas de gerações posteriores possam fazer parte desta Série. Cliquem na foto acima e conheçam o blog de Antônio Inácio, uma aperitivo para a entrevista. Dia 20 confiram a entrevista na integra. Até lá.

Serie Entre-Vistas - Convidados de Agosto: Marraio

Os convidados do mês de agosto da serie Entre – Vistas do Born To Lose são os integrantes da banda friburguense Marraio. Abaixo o release presente no My Space da banda. O texto apresenta bem a banda, de modo sintético e direto, dando à você leitor a perfeita compreensão do que é a Marraio. “No universo infantil da bola de gude, no Rio de Janeiro, MARRAIO é a palavra pronunciada em voz alta por um dos jogadores que, se antecipando aos demais, chama prá si a condição de ser o último a jogar, tendo por isso mais chances de ganhar. O nome vem da expressão “Marraio feridor sou rei”. No nosso caso, MARRAIO surge como uma celebração à cultura brasileira, onde diversos elementos convivem e se integram num mosaico de palavras, ritmos e sons, assim como nos jogos de criança... Pablo Vallegros e André Lacerda se conheceram em Nova Friburgo, em 2004, em função da música. Antes de montarem este projeto autoral, assinaram parceria no Festival da Canção de São Pedro da Serra (2006), levando para a final a música “Juliana”. Além disso, realizaram apresentações na Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, na UERJ (Pólo Nova Friburgo) e em casas noturnas de Nova Friburgo, Lumiar e São Pedro da Serra. Em 2006, nasceu a banda Marraio, cuja formação contava ainda com Marcone Soares (baixo) e Léo Abelha (bateria) que, posteriormente, foi substituído por Josias Klein. No ano de 2007, um CD DEMO foi gravado com quatro canções (“TranscendenTAO”, “Caleidoscópio”, “Menino do Ouro” e “Leve”) visando a festivais e divulgação. Essa formação durou até o início de 2008, ano em que a banda adquiriu um perfil mais acústico, com baixo e bateria dando lugar à percussão de Rafael Lorga”.

My Space Davi Primavera

Davi Primavera é mineiro, nasceu ao som das águas do Rio Piranga que cortam sua cidade natal, Ponte Nova. Foi educado ao som dos versos de sua mãe, a poetisa Lindaura Primavera, o acaso definitivamente o colocara no caminho da música, mesmo antes dele ter vindo ao mundo. Na infância, fase da inocência humana, quando despretensiosamente fazemos planos para o futuro, dizia aos amigos que quando crescesse iria ser cantor, enquanto aqueles afirmavam que seriam médicos, advogados, policiais ou super-heróis. O que teve início na brincadeira pueril de responder à pergunta “O que você vai ser quando crescer”, passou a se materializar quando aos 11 anos Davi começa a estudar trompete na Corporação Musical União 7 de Setembro. Aos 12 anos ingressou na Cleymar Music Center, onde estudou teclado durante 1 ano. Contudo foi aos 13 anos que Davi encontrou aquele que seria seu parceiro para a vida toda, o violão. Com o professor Henrique, Davi teve seu primeiro contato com o instrumento, dedicando-se ao estudo do violão clássico. Descobre seu instrumento, mas não seu estilo musical, era preciso buscar outro caminho, aquele que o levasse a realizar suas ambições musicais. Durante os estudos do violão clássico é seduzido pela música popular, passa então a buscar os meios de migrar sua sonoridade do clássico para o popular. O violão não era o único instrumento pelo qual Davi havia se interessado, havia a voz; e a junção destes dois instrumentos só poderia se concretizar na esfera da música popular. Após 1 ano e meio de estudos do violão clássico, Davi abandona o estudo formal para se dedicar por inteiro ao desenvolvimento de seu estilo pessoal de fazer música. Havia, no entanto, certa sensação de falta, algo que ainda não estava presente nas experiências musicais pelas quais passara até aquele momento. A identidade musical de Davi ainda não estava completa e esta falta ditou o ritmo de sua procura, quando inesperadamente, aos 14 anos compõe suas primeiras músicas. O seu Ser musical estava completo, o que havia para se descobrir em definitivo na música estava descoberto, restava o eterno mistério da música, sempre revelado através de novas composições, de novos riffs, de novas melodias e acordes, mas que jamais estaria revelado em definitivo. Esta dinâmica alimentada pela eterna sensação de falta, motivada pelo mistério sempre presente na arte, sempre o conduziu à novas experiências, uma delas foi a guitarra. Acolhe este instrumento durante alguns anos, quando forma junto com Vitor (baixo) e Luciano (bateria) a banda de linhagem punk Voto Nulo. Durante o tempo de vida do Voto Nulo, Davi compõe regularmente, amadurece suas idéias musicais e quando a banda finalmente chega ao seu fim, lá está o violão pronto para retomar seu lugar. Atualmente Davi é vocalista da banda de blues pontenovense Persona. Entrega-se a uma nova experiência musical, agora embalado pela força mágica do blues. Preparado para novas aventuras, Davi Primavera agora é o Davi Primavera! Tem-se início aqui a carreira solo deste compositor pontenovense que certamente caminha em direção a um horizonte de infinitas possibilidades.

Feeling, Soul, Blues: Ingredientes da alma e sonoridade de Joe

Pode-se dizer da música de Minas Gerais que é fria, não como o sangue dos burocratas e ditadores, não por estar a serviço da objetividade do mercado, mas por refletir os ares das montanhas mineiras. Isso porque nossa musicalidade tem seu ritmo marcado na melodia da voz, na batida do violão mais do que nos instrumentos de percussão. Nesse sentido o recurso percussivo parece comedido, porém é apenas usado sem excessos, buscando um clima quase espiritual. Este é o caminho trilhado pela musicalidade de Joel Rogério, ou simplesmente Joe, como é conhecido pelos amigos. O frio mineiro requer o calor que o compositor busca nos recônditos de sua alma, extraindo uma sonoridade particular, presente apenas em quem carrega dentro de si a ancestralidade da cultura negra, única raça a estar diretamente ligada ao nosso lado primitivo, daí todo o poder expressivo de toda arte feita por mãos e sensibilidade negras. A voz de Joe, juntamente com sua música está carregada da negritude mineira, pouco conhecida até por nós mineiros, mas também de toda a carga da musicalidade desta raça, principalmente do blues e do soul. Minas tem muito a nos revelar, a música de Joe nos mostra isso. Clique na foto acima e ouça as composições de Joe em seu My Space.

O Som Black Soteropolitano

Em Salvador a força da cultura negra é muito forte, as manifestações religiosas de origem africana dão o tom desta cultura na música e na dança. Basta citarmos os blocos afro, dentre os quais, o mais tradicional é o ILÊ AIYÊ. Dão é um artista que mostra uma outra cara desta cultura afro-baiana, apoiada na música negra americana, principalmente o Funk e o Soul. Dão e a Caravana Black expressam bem os elementos da cultura afro baiana através do funk e do soul, o que permite uma sonoridade particular, que permite identificar até onde vai a influência da sonoridade afro-americana. Este Black Soul Brother baiano é um dos artistas soteropolitanos que insistem em nadar contra a corrente do mercado, fazer um som genuíno em busca da satisfação de suas perspectivas próprias, e quem quiser e se interessar, que venha nadar ao lado dele. Clique na foto acima e conheça a sonoridade de Dão e a Caravana Black no My Space dos caras.

Tiganá Santana

A música baiana nas últimas décadas pouco ofereceu em termos de novas sonoridades e trabalhos autorais genuínos. O motivo principal, deve-se à espessa crosta pseudo musical instaurada no cenário baiano, que impede que venham a tona a música sinsera e despreocupada de novos compositores e instrumentistas. Contudo, a força de alguns destes sons é tamanha que consegue romper esta crosta e chegar à superfície, Tigana Santana está entre estes. A ligação de Tiganá à cultura e espiritualidade de seus ancestrais se manifesta em composições fortes, melodias simples, mas feitas através da procura sincera pela sua identidade musical, no caso de Tiganá, indissociável de sua alma. A música de Tiganá veio à tona, encontrou seu espaço em sua terra, onde a arte tornou-se produto, graças a industria do carnaval. O jovem compositor jamais cogitou vender seu talento como mercadoria, preservou sua originalidade e alcançou o reconhecimento de seu trabalho sem precisar vincular sua sonoridade à imagem da Bahia "Terra da Felicidade", onde tudo é carnaval e sacanagem. Cliquem na foto acima e conheçam um pouco da música de Tiganá no My Space do artista.

Chivas Duo, Punkada sonora no seu cérebro

Chivas Duo, "Duo Rock belorizontino!", nascido da degustação de torresmo frito e cerveja gelada, o que esperar de uma banda gerada desta fusão? Porrada na orêia meu velho!! Este duo é formado por El Gomes, Guitarra e Vocal, e Bueno, Bateria e Vocal. Fui ao show destes dois caras em 2007 em Ponte Nova, num evento promovido pelo Davi Primavera, outro puta músico, no carcomido Hotel Glória. A energia destes caras produz uma sonoridade densa, barulhenta, suprindo a falta do baixo por completo. O batera, o Bueno, usando uma camisa do Sabbath só fez aumentar minha afinidade com a banda. Então cambada, se curtem barulho visceral, dirijam-se ao my space da banda, basta clicar na foto acima, lá ainda tem acesso ao link que permite baixar a demo da Chivas Duo.

Banda Marraio - Nova Friburgo -

Os integrantes da Marraio serão um dos entrevistados de nossa seção Entre - Vistas. Conheçam a banda, o som simples e profundo feito por Pablo Vallegros (voz e violão), André Lacerda (violão, bandolim, banjo) e Rafael Lorga (percussão) é diamante raros nos dias atuais. Dias estes dominados por bandas pré-fabricadas em busca de novos mercados consumidores para a música, que se metamorfosea em puro objeto de consumo. Para conhecer melhor a banda, basta clicar na foto acima e ir até o My Space da Marraio.