quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A Cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral

 É poeta, é pontenovense, é mineiro, é mundano, é psicodélico, é andarilho, é livre, é louco, é tantas coisas Mateus que não dá pra definir sua identidade, talvez sua identidade seja não ter uma identidade. Tentar definir Mateus e sua poesia é tarefa impossível, como tentar reter água com peneira. Poemas melódicos, na cadencia do samba, impossíveis de explicar, vacinados contra as amarras da racionalização acadêmica, só tem acesso à poesia de Mateus quem se deixa envolver pelas paixões que desperta e evita as abordagens da razão. Vamos nos banhar nas águas e nos deixar levar pelas veredas dessa fazenda astral. 

O poeta radicado no Universo ,Matheus Mineiro  depois de anos com as suas produções artesanais(zines -Mais Um Cadim de Poesia Aí -Alcoologia Poética - Costelinha com Quiabo e Poesia-Ô Trem Bão Poesia com Limão - Apologia Poetica) e colaborações em jornais,revistas,antologias e livretos lança seu primeiro  miolo,capa,orelha,lombada e disposição no livro A Cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral; 

Ficha técnica:

Revisão de Camilo Motta

Ilustrações do italiano Jaccopo Cecarelli

Diagramação e Designer Gráfico de Matheus Quinan

Analises Criticas de Posfácio 

Tchelo Melo,Flavio de Araujo,Carlos Giglio

Tomas Paoni.Sergio Sales,Sylvio Adalberto

Vinicius Trindade,Alvaro Assis,Ricardo Chacal e Tuppan.

Grafica Arteg - Tomate Seco .

''Livro,leve,livre e solto'' como o próprio poeta diz no poema II.E acrescenta na pagina 52 -'' A POESIA É  RAÇÃO  QUE  MASTIGA TODO SANTO DIA.''Dele analisa o também poeta carioca Vinicius Bito Trindade - ''Matheus José, mineiro, faz poesia como um sapo coaxa, como um grilo não se grila, como um pássaro pia. No que ele escreve, parece que é sempre dia, faz sol e é boa a brisa. Seu verso é fruto da terra e o homem feito de barro. Porque ao poeta cabe ser natural, não importando o deserto a sua volta, fazendo valer a pena dar um mergulho nessa Cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral''

A Cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral 

76 pags - 15$ - 


domingo, 2 de junho de 2013

CONCURSO LITERÁRIO – Prêmio “Professor Mário Clímaco”



quinta-feira, 23 de maio de 2013

Entrevista com Arthur Vinih: compositor mineiro fala sobre seu novo álbum


       Em entrevista exclusiva para o Born To Lose, Arthur Vinih fala sobre o novo CD, a nova fase de sua carreira e as transformações sofridas como compositor. A gravação do álbum acontece no Stúdio Millenium  em Ponte Nova sobre supervisão de Sandro Tolentino. Vamos à entrevista!

Born To Lose: Lembro de ter perguntado à você em dezembro de 2012 quando gravaria outro álbum, em sua resposta revelou não planejar gravar outro álbum por enquanto, sua intensão seria gravar músicas soltas como fazia naquele momento com Pensamento em Temporal e divulgar na internet. O que motivou você a trabalhar a gravar esse novo álbum?

Arthur Vinih: A quantidade de composições foi o que mais me motivou, tenho criado muito e quero aproveitar esse momento, acabei desistindo de divulgar canções soltas, como Pensamento em temporal , quero minhas obras juntas em um disco...

Born To Lose: Você divulgou na internet a música Inverso, que fará parte do álbum, há algo em comum entre essa música e as outras que formarão o CD?

Arthur Vinih: Todas as canções estão bem diferentes umas das outras, estou experimentando, me conhecendo como compositor, acredito que não há algo em comum entre a música Inverso e as outras do disco...

 Born To Lose: O que você conheceu de novo do Arthur compositor nesse intervalo entre o Ação e Reação e o novo álbum?   

Arthur Vinih: Conheci um Arthur que canta de forma diferente, indo mais nos agudos, conheci um Arthur mais inquieto, querendo buscar outras atmosferas nas composições. Quando criei as músicas do Ação e Reação também senti algo parecido, sentia que era algo novo, essa metamorfose me faz bem.

Born To Lose: Como está o processo de gravação do álbum? 

Arthur Vinih: Esta sendo do jeito que eu gosto, várias pessoas envolvidas, vários músicos com visões diferentes, isso tem me ajudado muito, Sandro Tolentino, Adailton Couto, André Dias, Jader Moreira, José Carlos Daniel, Luana Leel, Natália Corcini, Emerson Clayton, Joe, Davi Primavera, Costa Melo e Rafael Loures são os músicos que irão participar de alguma forma desse disco, Tenho 6 músicas gravadas, pretendo colocar 13.

Born To Lose: Você divulgou na net a música Inverso. Essa música chama a atenção por ter em sua estrutura harmônica a sensação constante de tensão até determinado ponto para então cair num trecho leve, cadenciado, momento em que a tensão é dissolvida. Queria que você falasse um pouco dessa música, saber porque ela foi feita assim, foi algo intencional ou foi algo instintivo. 


Arthur Vinih:  Nessa composição tanto na letra quanto na harmonia, melodia e Ritmo, eu quis mostrar o quanto a música é importante pra mim, procurei esse momento tenso e esse momento calmo, foi intencional, para mostrar as diversas sensações que a música é capaz de proporcionar, essa será a música que dará nome ao meu disco por ter gostado tanto do resultado final, meu disco será batizado como INVERSO.

Born To Lose: Quais suas expectativas para o lançamento do CD? Te preocupa o modo como o CD será recebido pelo seu público? Faço essa pergunta por haver mudanças radicais na sonoridade das canções presentes nesse novo álbum, a música Inverso mostra isso e você diz ser essa uma das novidades trazidas pelo álbum.  Mudanças drásticas podem atender o desejo pessoal do artista, porém pode causar um efeito colateral, a decepção do público que espera ouvir aquele modo de compor e tocar com o qual já estão familiarizados. E aí, o que você acha que vai acontecer quando as pessoas ouvirem o álbum?

Arthur Vinih: Eu nunca me preocupei muito com a decepção vinda do público, sempre procurei fazer um som verdadeiro, minhas composições retratam momentos diferentes. Da música Meu pai pirou, composta por mim quando tinha 14 anos, até a música Inverso, que compus aos 23 anos, mudanças ocorreram na minha forma de compor e não iria engavetar minhas músicas para atender o gosto do público. O público é muito importante pra mim, mas não a ponto de moldar minha forma de compor ou moldar a forma de expor minhas composições. Acredito que meu público não vai se decepcionar, pois ele me acompanha nos shows e nas redes sociais e a maioria admira meu “modo camaleão” de fazer música.

Born To Lose: A arte da capa do álbum Ação e Reação foi feita por Alisson Sanches, você já tem em mente quem será o responsável pela capa do novo álbum? Vou emendar com outra: pode nos revelar, para aplacar nossa curiosidade, como será a capa do novo álbum?

Arthur Vinih: Ainda não tenho certeza, quero esperar todas as músicas ficarem prontas e escutar bastante. Estou muito focado nas gravações para pensar na capa, mas adianto que será Alisson Sanches o responsável pela arte, assim como no Ação e Reação, vou dar somente a ideia do que eu quero, e deixar ele desenvolver. 

Born To Lose: Há previsão de quando será o lançamento do álbum?

Arthur Vinih: Acredito que no início do segundo semestre. Vou buscar patrocínios para a reprodução das cópias, a gravação fica pronta nesse semestre, mas as cópias .... acredito que serão feitas apenas no próximo semestre. 


Poeta sem lenço e sem documento

         Matheus José Mineiro, figura ímpar das margens do Rio Piranga! Poeta, decidido à andar pelo mundo guiado por sua sensibilidade artística. Vivendo na serra fluminense, distante de sua terra natal, Ponte Nova, mantêm de forma intensa sua ligação com suas raízes culturais. Seus versos carregam os sabores e os sons de Minas! Averso às amarras sociais Matheus vive da sua poesia e dos frutos que ela faz brotar. Sua profissão não se aprende nas universidades, nem mesmo se recebe um diploma para  exercê-la! Tal qual seu ancestral baiano Gregório de Matos, o Boca do Inferno, divulga seus poemas pelas ruas, onde interage e provoca seus leitores. Ao contrário de muitos poetas à espera do reconhecimento de uma grande editora para disseminar sua arte, Mateus busca novos suportes para seus poema, feitos artesanalmente, exposto em varais de poesia em pergaminhos feitos de bambu e papel. Mateus escreve o blog Apologia Poética espaço na web onde podemos acompanhar o desenvolvimento de sua poesia. 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Inverso: música do novo álbum de Arthur Vinih que será lançado ainda em 2013 dá uma mostra do que vem por aí


           Arthur Vinih está em estúdio gravando seu novo álbum, cujo nome ainda é um mistério! O primeiro álbum solo do compositor pontenovense Ação e Reação foi lançado em 2010, esse hiato de três anos entre os discos somado à notícia de lançamento de novo álbum ainda em 2013 ascende a expectativa entre seus fãs. Muitas músicas foram compostas durante esses três anos, provavelmente muitas delas já sejam conhecidas do público que acompanha os shows de Arthur em Ponte Nova e região, mas tudo indica termos nesse novo álbum várias músicas  inéditas, compostas especialmente para esse novo trabalho. 
          Procuramos Arthur a fim de conseguir autorização para divulgar uma das canções aqui no blog; autorização concedida! Vamos a ela, ouçam em primeira mão Inverso música do novo álbum de Arthur Vinih. 





           
         Inverso é a única música do novo álbum de Arthur Vinih divulgada pelo compositor, natural termos nossa curiosidade atiçada, portanto,  não podemos deixar de especular sobre a "cara" que o CD terá. Posso dizer após ouvir esta música me sentir aliviado por não se tratar de mais do mesmo. Se a “cara” do álbum se desenha pelos traços presentes em Inverso acredito que nossas expectativas serão correspondidas, teremos um grande álbum à nossa disposição. 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O Espetáculo Grotesco da Direita Brasileira

            O jogo sujo da dita política de oposição começou mais cedo. Desesperados os opositores do atual governo buscam através de recursos grotescos implantar o medo na população. Talvez propagar superstições como "os comunistas comem criancinhas" entre a população afim de deter a possível eleição de candidatos comunistas tenha surtido efeito há 60, 70 anos atrás. Acreditar que o uso de tal expediente logre o mesmo efeito em pleno século XXI parece subestimar o bom senso do povo brasileiro. Primeiro pelo fato de o PT está muito distante de ser um partido comunista, o que dizer de ser ou ter pretensões de se converter a esse molde político. O vídeo abaixo comete todos esses equívocos ao considerar ser possível transformar em "verdade" a intensão do PT em transformar o Brasil em ditadura comunista caso vença as eleições de 2014! Tudo isso fundamentado numa propaganda eleitoral do PT! Ora faça-me o favor! O bom senso parece faltar aos criadores do vídeo, que parecem não se dar conta que o medo da população brasileira é eleger candidatos comprometidos com interesses de bancos, empresas, fundos monetários, etc. Precisamos avançar novos estágios no processo de crescimento do país, certamente o próximo passo consiste em superar a política praticada pelo PT, ou seja, priorizar ainda mais o atendimento das necessidades do povo brasileiro, contudo, tal projeto político ainda não existe no Brasil. Até lá o show de horrores financiado pela oposição tende a ficar cada vez mais grotesco.



quarta-feira, 10 de abril de 2013

Ponte Nova participa do Projeto Minas Território da Cultura



          Faz algumas semanas recebi um email do secretário de cultura e turismo de Ponte Nova Emerson de Paula solicitando que fosse divulgada a inclusão de Ponte Nova no Projeto Minas Território da Cultura. Temos que valorizar projetos como esse, que devem ter prescedência em relação à contratação dos chamados "shows de artistas fammosos". Isso porque projetos dessa natureza mais do que apenas entreter as pessoas, as informam, permitem que formem um senso artístico, oferecem aos artistas da cidade a oportunidade de se aperfeiçoarem além de interagirem com artistas de outras regiões de Minas. A arte como negócio, como puro entretenimento não deve ser a prioridade da Secretaria da Cultura, eventos desse tipo combinam mais com a iniciativa privada, cujo objetivo é lucrar com os tais "shows de artistas famosos". O compromisso da Secretaria de Cultura e Turismo é com o fortalecimento da cultura pontenovense, o que significa dentre outras coisas, mostrar às pessoas que arte não é sinônimo de entretenimento e que há em nossa cidade grandes artistas. Tenho pra mim que o principal objetivo da secretaria de cultura e turismo é promover a educação artística do povo pontenovense e projetos como esse mostram ser essa a intenção da secretaria de cultura. Abaixo mais informações e programação da etapa do projeto a ser realizada em Ponte Nova.


            De 24 a 27 de Abril Ponte Nova sediará a edição do Projeto Minas Território da Cultura que é um programa de regionalização e descentralização das políticas culturais no Estado de MG. O projeto criado pela Secretaria de Estado da Cultura promoverá espetáculos, palestras e oficinas em várias cidades mineiras.

            Ponte Nova torna-se um pólo dessa ação na Zona da Mata e receberá seguinte programação:

- Oficina de Empreendedorismo Cultural
Data: 24 a 26 de abril
Horário: 19 h
Local: Auditório ACIP/CDL (Praça Getúlio Vargas, 19, Centro)
Público-Alvo: Pessoas ligadas a produção cultural com idade mínima de 16 anos

- Oficina de Prática de Canto Coral (Percepção Artística)
Data: 25 a 27 de abril
Horário: 19 h
Local: Studio de Artes Núcleo de Danças Núcleo de Danças (Avenida Dr. Otávio Soares, 401 – 3º andar – Palmeiras)
Público-Alvo: Pessoas interessadas em canto com idade mínima de 16 anos

- Show SESC Chorinho e Samba na Praça
Local: Centro Histórico
Horário: 21 h
Dia: 27/04
Obs.: Poderão participar nas oficinas pessoas de outras cidades.

As inscrições deverão ser feitas na Secretaria de Cultura e Turismo, de 8 às 18 h. Informações: 31-3817-3440

A série MSP 50, o selo Graphic MSP e o lançamento de Laços, segunda graphic novel do novo selo da Maurício de Souza Produções



          Em 2009 veio à luz a obra MSP 50Maurício de Souza Mais 50 em comemoração aos 50 anos de carreira do criador da Tuma da Mônica. A obra trazia os personagens de Maurício de Souza sob o traço e a ótica de 50 outros quadrinistas nacionais, alguns velhos conhecidos, outros, começando a colher os frutos dessa profissão. O sucesso desse primeiro volume deu origem a outros três: MSP + 50 lançada em agosto de 2010, MSP Novos 50 lançada em setembro de 2011 e finalmente Ouro da Casa lançada em agosto de 2012, esta expondo os traços e estilos dos desenhistas e roteiristas da Maurício de Souza Produções.
           Particularmente, achei incrível ver 200 versões diferentes para os personagens e suas histórias, há 50 anos sendo desenhados com as carcterísticas do seu criador. Lembro perfeitamente quando abri a MSP 50 na Livraria Cultura e vi Mônicas, Cebolinhas, Pitecos, Cascões, enfim, todo universo do Maurício de Souza redesenhado e reescrito ao gosto dos primeiros 50 artistas convidados a realizar essa empreitada. Os quadrinistas selecionados misturavam várias gerações desde Ziraldo, Angeli e Laerte, passando pelos nomes da nova geração do quadrinho nacional como os irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon e os Rafáeis: o Albuquerque, o Coutinho e o Grampá. Não esqueçamos de Mike Deodato  e do jovem João Montanaro. 
    
      Maurício de Souza gostou tanto da experiência que resolveu criar um novo selo, a Graphic MSP cujo objetivo é criar as histórias dos seus personagens no formato graphic novel convidando artistas independentes, tal qual fora realizado no projeto MSP. A primeira graphic novel lançada pelo selo foi a Astronauta - Magnetear escrita e desenhada por Danilo Beyruth. Vemos um Astronauta adulto perdido no espaço, enfrentando situações de extrema dificuldade afim de conseguir sobreviver e retornar à Terra. Danilo Beyruth foi um dos quadrinistas que fizeram parte do projeto MSP 50, ele desenhou e redigiu a história sobre a Turma do Penadinho na MSP + 50. A graphic Novel Astronauta - Magnetear foi lançada em brochura e capa dura e pode ser encontrada nas grandes livrarias, sites e em lojas especializadas em hqs.

          Contudo nosso objetivo com essa postagem é divulgar fotos da próxima graphic novel da Graphic MSP, trata-se de uma história sobre a Turma da Mônica com seus principais personagens Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. O título da GN é Laços e será escrita por Vitor Gafaggi e desenhada por Lu Gafaggi. Ainda não há data para o lançamento oficial de Laços, porém conseguimos algumas informçaões no site O Grito (http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/page/blog/2013/02/20/turma-da-monica-lacos-e-a-segunda-graphic-novel-com-personagens-criados-por-mauricio-de-sousa/):

"O livro terá 80 pági­nas, for­mato 17x26cm e chega às ban­cas, livra­rias e comic-shops em duas ver­sões: capa-dura por R$ 29,90 e car­to­nada por R$ 19,90. A his­tó­ria mos­trará o sumiço do Floquinho e, para encon­trar seu cachorro de esti­ma­ção, Cebolinha conta com os ami­gos Cascão, Mônica e Magali e, claro, um plano “infalível”."

           Contudo o lançamento deve estar próximmo pois foram divulgadas no perfil do facebook da Turma da Mônica fotos de vários quadros, ao que parece já finalizados, bem como a capa da GN. Enquanto aguardamos o lançamento vamos tirar o gosto com as fotos e aumentar nossas expectativas.

Capa de Laços segunda Graphic Novel do selo Graphic MSP




O tom dramático de Victim of Love



Em 2011 Bruno havia compartilhado em minha caixa de mensagem do facebook um link de um site que listava os 10 melhores álbuns de músicos gringos daquele ano. Entre eles estava No Time For Dreaming, álbum de estreia do black soul brother Charles Bradley, lançado pelo selo Dunham Records. Gosto de soul e funk desde a adolescência, quando na casa dos meus pais ouvi pela primeira vez uma coletânea de músicas do James Brown. Foi o suficiente para me colocar no caminho destes gêneros musicais e me tornar um fã incondicional do Godfather of soul. De lá pra cá passei a pesquisar sobre artistas e bandas dedicadas à black music. Sly and the Family Stone, Marvin Gaye, Gerson King Combo, Nina Simone, Areta Franklin e depois já morando em Salvador, Funkadelic, George Clinton, Mandril, Parliament, Miguel de Deus, União Black, Di Melo, foram ícones da black music com os quais me deparei ao longo de 20 anos, porém, até então não ouvira uma única palavra sobre Charles Bradley. O que era surpreendente, pois o som do cara é incrível! Inclusive havia pensado que se tratava de um cara jovem e acabei me surpreendendo ao saber que o sujeito completara 62 anos em 2011.
            O caso de Bradley é inusitado, basta ouvir o álbum para atestar a qualidade das faixas e a intensidade do som, sem falar na voz do cara! O timbre grave, às vezes rouco da voz de Bradley, somado ao swing garantido pelos instrumentistas certamente dão identidade à esse novo ícone da black music. Daí seu caráter inusitado, possuindo tantas qualidades, porque apenas aos 62 anos Charles Bradley lança seu primeiro álbum? Taí uma boa pauta investigativa para quem ouvir e gostar da música do americano. Curiosidades a parte, vale lembrar que o segundo álbum já foi lançado. Victim of love certamente estará na lista dos 10 melhores álbuns de 2013. Se o novo álbum não superou o segundo é certo que também nada fica devendo a seu predecessor, digamos que o nível se manteve.
Se há uma diferença entre os álbuns, arrisco dizer que Victim of love acentua mais os elementos do soul, apostando nas baladas. O título do álbum inclusive vem da balada Victim of Love, que traz algo incomum em discos de black music, refiro-me ao uso da dobradinha voz e violão. O forte apelo dramático da melodia desta música se deve muito a forma como Bradley explora o uso da sua voz sobre a base feita pelo violão que se completa com as entradas das backing vocals, que enfatizam a dramaticidade da música. Não é a toa que Victim of Love foi a música escolhida para intitular o álbum. Já No Time for Dreaming, mesmo que de levinho, adota um ritmo mais funkeado, talvez mais dançante seja a melhor expressão para definir esse álbum. Da mesma forma como acontece com Victim of Love, em No Time for Dreaming o título do álbum é dado por causa da música que expressa a tônica dançante do álbum. 
Abaixo o link para download de Victim of Love (2013), segundo álbum do black soul broder americano Charles Bradley.