terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Insights, verdades absolutas e o papel da imprensa. Ou: a arte de evitar a interpretação.

                                           Por Carlos Inácio e Dalton Sanches

A Câmara Municipal de Ponte Nova abriu edital licitatório, no dia 22 de setembro de 2014, para contratação de serviço de pesquisa institucional de caráter quantitativo. O processo licitatório é o número 01/2014 - Pregão Presencial nº 01/2014 e pode ser consultado no site da Câmara Municipal de Ponte nova acessando o link: http://www.pontenova.mg.leg.br/licitacoes/editais/processo-licitatorio-no-01-2014-pregao-presencial-no-01-2014/. Segundo consta na nota de divulgação do edital de licitação, o objetivo da contratação desse serviço é o seguinte: “prestação dos serviços de realização de pesquisa quantitativa, de caráter exclusivamente institucional, sobre ações e serviços do Poder Legislativo Municipal e demais órgãos e instituições públicas sediadas no Município”.
A empresa vencedora da licitação foi a Insight Consultoria Empresarial, com sede em Itabira. Ela enviou à Câmara Municipal o relatório com o resultado da pesquisa, acessível através do link: http://www.pontenova.mg.leg.br/audio-das-reunioes/Relatorio%20Final%20Pesquisa.pdf. Analisamos o relatório e muitas questões referentes aos dados apresentados surgiram. A primeira página do documento apresenta o número de pessoas entrevistadas: 524, correspondendo a 0,92...% (menos de 1%) da população de Ponte Nova. Segundo a Insight, o percentual de confiabilidade do resultado é de 95%. Embora leigos quanto aos procedimentos técnicos utilizados na pesquisa, permanecemos com dúvida se, realmente, o percentual de 0,92...% da população reflete com tal grau de exatidão de confiabilidade o que pensam os outros cerca de 99,07...% da população que ficaram de fora da pesquisa.
Quanto aos critérios adotados pela Insight Consultoria, percebe-se de cara que houve uma grande assimetria no que tange aos dados qualitativos e quantitativos envolvidos no processo de avaliação dos órgãos administrativos, elaborados por essa empresa. Isto é, para os parâmetros de avaliação da Câmara Municipal, há uma gama enorme de critérios objetivos e subjetivos que suportam e qualificam a opinião do entrevistado em relação a essa instituição (vide págs. 13 e 14 do referido relatório), ao passo que, para as secretarias, os critérios são genéricos e arbitrários, fornecendo ao entrevistado apenas as opções “Muito bom”, “Bom”, “Regular”, “Ruim” e “NRS” (nenhuma das respostas). Decorre disso, portanto, certo descaso, de acordo com nossa análise, para com a avaliação das secretarias e suas respectivas funções na composição do corpo administrativo como um todo. Outro fator que não se deve desconsiderar é que, por meio das respostas fornecidas pelos entrevistados, relacionadas às suas impressões sobre a Câmara, tem-se um acúmulo de “feedbacks” os quais podem viabilizar ações pontuais de melhorias por parte dessa instituição do Legislativo. Para o caso das secretarias, ao contrário, os critérios “Bom”, “Ruim” etc. não contribuem de modo algum para que os seus agentes possam mapear e efetuar melhorias nos supostos setores que foram alvo de maiores críticas das pessoas entrevistadas pela pesquisa.   
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O resultado da pesquisa gerou repercussão no Facebook. Ayrton Pyrtz compartilhou, por meio de seu perfil nessa rede social, o scan de sua coluna cultural do jornal Líder (de 31 de dezembro de 2014 – Edição nº 105 – Ano 2), na qual veicula nota sobre tal pesquisa e cujo resultado de pequena parcela do relatório é anunciado quase como verdade absoluta. Os procedimentos adotados para realização da pesquisa foram desconsiderados, a única preocupação foi mostrar sumariamente o mau desempenho da Secretaria de Cultura na referida pesquisa. Basta analisar o relatório enviado pela Insight e constatar vários problemas, os quais geram questões que retiram a aparente natureza inquestionável do resultado. A primeira parte do nosso texto está preocupada em convidar o leitor a conjuntamente analisar os dados apresentados pela empresa de consultoria. Conforme podem ver, caros leitores, nossa conclusão ao ler o relatório é que, de modo algum, esse resultado possui natureza inquestionável. Tampouco consiste num reflexo preciso do que pensa a população pontenovense a respeito de como vem sendo a gestão das secretarias municipais. Havendo divergência na interpretação dos dados, basta que o leitor confronte nossa interpretação com a sua própria, sem deixar, evidentemente, de analisar cuidadosamente o relatório apresentado pela Insight.
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Devido ao tratamento dado à pesquisa pela coluna de Ayrton Pyrtz, houve surpresa e estranheza por parte de muitas pessoas ao saber, por meio dessa fonte, qual foi o resultado da pesquisa. O músico e poeta pontenovense Wesley Costa Melo publicou, também em seu perfil do Facebook, uma nota questionando o resultado da pesquisa. Costa Melo soube do resultado através da coluna de cultura do jornal acima citado, digitalizada e publicada no Facebook, mediante o perfil do colunista, como dissemos anteriormente. Tendo em vista o tratamento dado por Pyrtz ao resultado, ficam claros os motivos causadores da indignação de Costa Melo.
A única preocupação do colunista foi a divulgação do mal resultado alcançado pela Secretaria de Cultura e Turismo de Ponte Nova na referida pesquisa. Ayrton usa boa parte do espaço destinado à nota para exibir a imagem de um punho fechado com o polegar virado para baixo. Ícone universalmente conhecido como sinal de negatividade e reprovação, a imagem foi posicionada estrategicamente acima do texto. Ao direcionar seus olhos à nota, o leitor recebe todo o peso simbólico dessa imagem que o leva a formar uma opinião negativa acerca da informação que ainda nem leu. Tendo sua “interpretação” direcionada pelo apelo simbólico da imagem o leitor começa a ler o texto com o juízo negativo acerca do conteúdo que desconhece.  O texto passa a ter papel secundário em relação à imagem. Esta acaba assumindo a função principal de “informar” o leitor. Esse artifício retira do leitor apressado ou desprevenido a possibilidade de interpretar por si mesmo a notícia e formar sua opinião sobre o conteúdo da mesma. No caso do leitor mais cuidadoso, gera espanto e questões, como ocorreu no caso da postagem de Costa Melo.
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            A publicação gerou debate entre usuários da famosa rede social, os quais postaram suas opiniões sobre a provocação feita por Costa Melo, pontapé inicial para o debate, diga-se de passagem. Dentre os comentários da postagem, estava o de Luiz Gustavo Cota, assessor do secretário de cultura Emerson de Paula. Luiz Gustavo ressalta em seu comentário a importância do debate público, em que os meios de comunicação desempenham papel fundamental para a construção de uma concepção comum, nesse caso, a respeito da gestão pública de nosso município. Em defesa da Secretaria de Cultura e Turismo, Luiz Gustavo lista as atividades promovidas pelo órgão municipal. Extraímos o trecho de seu comentário no Facebook:

“Cito alguns, de diferentes áreas de atuação da secretaria:
 1º - o município conquistou sua melhor pontuação no ICMS do Patrimônio Cultural alcançando 12,55 pontos relativos ao trabalho realizado no ano de 2013, o dobro daqueles conquistados em ano anterior, referente ao trabalho de 2012 (6 pontos);
2º - o retorno ao município do Projeto Tim ArteEducação, com seis oficinas em curso;
3º - habilitação do município, pela primeira vez, no ICMS Turístico;
4º - conquista de recursos para construção do Centro Unificado das Artes (CEU das Artes), no valor de R$1.600.000,00, o que significa a criação do primeiro equipamento público cultural completo da cidade, com cineteatro, biblioteca, espaço para exposições e oficinas culturais;
 5º - retomada das obras do futuro Centro de Memória com recursos oriundos do ICMS do Patrimônio e do orçamento da SEMCT;
6º - primeira edição do edital do Sistema Municipal de Incentivo à Cultura, que selecionou três projetos culturais que serão realizados neste ano, primeira inciativa do gênero na história do município;
7º - a Biblioteca Pública Municipal Miguel Valentim Lanna foi uma das ganhadoras do Prêmio Boas Práticas e Inovação em Bibliotecas Públicas, promovido pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e pela Biblioteca Nacional pelo projeto Chá, Café & Poesia, realizado em parceria com a ALEPON, recebendo R$32.000,00 como prêmio a ser investido na Biblioteca;
8º - realização do 8º Festival de Inverno que contou com oficinas culturais oferecidas a comunidades rurais e bairros do município, tendo contado com parceria de movimentos culturais, como o 2º Festival de Inverno da Percepção Musical;
9º - avanço do projeto Ponte Nova + Arte, com a realização de oficinas em diversos bairros;
10º - realização da Secretaria Itinerante, em conjunto com a Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude em diferentes bairros;
11º - continuidade do Projeto de danças urbanas, em parceria com o Grupo Impacto e o Instituto Asas de Viçosa.
 Estas são ações ligadas a políticas públicas contínuas, não-eventuais, e que devem ter sua continuidade e/ou perenidade cobradas pela população. Abraços!”
           
Os eventos promovidos pela Secretaria de Cultura, acima citados, mostram o caráter ativo desse órgão público. Contudo, o fato é que, por algum motivo, a promoção destas atividades não pesou na formação do juízo da maior parte dos 524 entrevistados pela pesquisa. Certamente podemos citar a falta de divulgação entre as principais causas da desinformação das pessoas sobre o trabalho realizado pela Secretaria de Cultura. Referente à questão da divulgação dos eventos empreendidos pela Secretaria de Cultura, Luiz Gustavo afirma que estes são transmitidos aos órgãos de imprensa locais por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura. Ressalta, contudo, que os meios de comunicação “... evidentemente, tem plena liberdade para reverberá-los ou não.”
            A imprensa é livre pra noticiar ou não determinada informação, está muito bem! Há de se lembrar serem os leitores, ao seu tempo, livres para interpretar a decisão desse ou daquele órgão de imprensa de divulgar ou não esta ou aquela informação, de analisar o modo como a notícia está sendo veiculada, bem como as possíveis intenções por detrás da notícia. Não podemos esquecer jamais que a imprensa é passível de críticas, as notícias devem ser interpretadas, analisadas e não acolhidas como verdades absolutas. Deixamos, portanto, aberta a questão: qual a decisão dos meios de comunicação de Ponte Nova quanto à publicação de notícias relacionadas às atividades da Secretaria de Cultura, da Prefeitura e da Câmara Municipal? Cabe aos leitores, ouvintes e espectadores aceitarem o convite feito pela pergunta e buscar entender as reais intenções da imprensa pontenovense em geral e dos veículos de comunicação em particular. 


domingo, 15 de junho de 2014

Torcida Brasileira Padrão FIFA.

O perfil do torcedor que hostilizou a presidenta Dilma na abertura do Mundial da FIFA no Brasil nem de longe corresponde ao perfil do torcedor popular característico das torcidas dos principais clubes do país. Os xingamentos e as vaias contra a presidenta foram proferidas por pessoas que não recebem salário mínimo, não usam os principais serviços públicos como saúde e educação por poderem pagar planos de saúde e as mensalidades das instituições particulares de ensino. Usar a falta de qualidade dos serviços públicos para justificar a indignação daquelas pessoas e ser esse o motivo da agressão contra a presidenta simplesmente é desconhecer a realidade socioeconômico desses "torcedores". 
Seria, portanto, incoerente aquele sujeito que supõe haver a presença de populares na arena, a não ser que consideremos coerente alguém planejar comprometer sua renda mensal, abrindo mão de alguns itens das compras do mês, abrindo mão de pagar algumas contas, a fim de adquirir ingressos para assistir ao jogo de abertura do Brasil no Itaquerão. Assistiram ao jogo aquelas pessoas cuja compra do ingresso para o jogo não afetaria sua receita pessoal ou familiar. Acrescentemos entre os componentes dessa torcida de abertura da Copa de 2014 celebridades globais e musicais, além de ex-jogadores de futebol presentes no Itaquerão sob o status de VIP´S, pois foram CONVIDADOS OFICIAIS da FIFA.  Essa é a torcida responsável pela agressão à presidenta Dilma na abertura da Copa, representante de parcela ínfima da população brasileira.  
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A Seleção Brasileira também perde tendo essa torcida a seu favor em seus jogos. Uma torcida apática, sem criatividade para torcer, sem explosão, sem poder de combustão para empurrar a Seleção Brasileira contra seus adversários. Fica claro pelo modo de torcerem  tratar-se de pessoas pouco comprometidas com a paixão de torcer por um time de futebol, indiferentes a campanha de seus times nos campeonatos que participam, enfim, torcedores de ocasião. Deve-se a esse fato a apatia de "nossa torcida" no dia 12 no Itaquerão, ao menos no que diz respeito à torcer pela seleção! Caso venha a ser necessário a participação da torcida na partida para jogar junto com o time brasileiro para empurrá-lo em direção à vitória, a seleção pentacampeã estará em maus lençóis.
 A falta do torcedor popular desfalca o time brasileiro nessa Copa jogada em nossa casa. Imaginem a festa nas arquibancadas dos jogos da seleção no Mundial da FIFA no Brasil caso os torcedores fossem aqueles  mesmos frequentadores de GALO vs CRUZEIRO, do BAVI, do GRENAL, do FLAFLU dentre outros grandes clássicos do futebol brasileiro. Contaríamos com o famoso décimo segundo jogador. A Seleção Brasileira não terá esse apoio nas arquibancadas, isso porque a Copa no interior das ARENAS não é para assalariados, trabalhadores comuns, enfim, não á para o povão, mas para essa elite raivosa que ironicamente destilou todo seu ódio sobre a presidenta na abertura da Copa. Ironicamente pelo fato da Copa ter sido feita para o consumo dessa mesma torcida que hostilizou a presidenta na abertura da COPA do Brasil, cujo incentivo aos jogadores da Seleção Brasileira mais recorrido nas arquibancadas verde amarelas é o insosso “AAAAAAAAAAA SOU BRASILEIRO COM MUITO ORGULHO COM MUITO AMOR!”  Nas arenas onde jogará a Seleção Brasileira até a torcida é Padrão FIFA!
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Enquanto a Seleção Brasileira conta com uma torcida Padrão FIFA no interior das arenas onde joga, a Seleção Argentina contará com torcida cujas características são as mesmas daquelas presentes nos jogos dos clubes de futebol portenhos. A estréia da Seleção Argentina será às 19 horas deste domingo 15 de junho no Maracanã. Segundo a ESPN Brasil todos os 60 mil ingressos foram vendidos para a estréia dos hermanos. Da tarde de sábado até o fim da madrugada deste domingo Copacabana foi invadida por um bando de argentinos, milhares segundo a reportagem da ESPN Brasil, munidos de instrumentos percussivos, muita animação e dois mini trios elétricos, mostrando como vem sendo a preparação dos argentinos para sua estréia na Copa do Brasil. Até mesmo um sósia do Papa Francisco marcou presença na celebração argentina segurando a taça do Mundial. Caso sejam esses torcedores encontrados na orla carioca os mesmos presentes nos jogos da Argentina, a seleção da terra do tango terá a seu favor um forte apoio na busca pelo Tri. A torcida argentina ao que tudo indica não é Padrão FIFA. Confira no link abaixo a animação da torcida argentina nas ruas do Rio de Janeiro:

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Em Ponte Nova o Mundial é da AMBEV

               A Prefeitura Municipal de Ponte Nova divulgou comunicado via seu perfil oficial no facebook e em sua página na internet avisando à população que os jogos da seleção brasileira durante o Mundial da FIFA, que acontecerão nos dias 12, 17 e 23 de junho serão transmitidos na Praça de Palmeiras (Praça Cid Martins Soares). Será instalada uma estrutura da AMBEV chamada Point da Brahma onde os torcedores pontenovenses poderão acompanhar os jogos do Brasil na Copa. Estaria tudo bem caso não fosse um detalhe: os trabalhadores autônomos que costumam vender bebidas durante eventos “populares” na cidade deverão permanecer fora da Praça de Palmeiras e seu ENTORNO correndo o risco de serem abordados por órgão de fiscalização da Prefeitura (Departamento de Fiscalização e Postura) e terem SUA MERCADOREIA APREENDIA. Assim avisa o governo municipal: “Fiscais do Departamento farão a fiscalização em toda a cidade e, em caso de não concessão da licença ou venda em local e data não permitidos, o vendedor estará sujeito à apreensão da sua mercadoria”. Fonte: http://www.pontenova.mg.gov.br/home/index/principal/noticia.asp?id_texto=641015
Os trabalhadores que poderiam usar o evento para conseguir uma renda extra durante a Copa simplesmente estarão fora da festa, pois a Prefeitura Municipal de Ponte Nova fechou acordo com a AMBEV que passa a deter o monopólio da venda de bebidas alcoólicas na Praça de Palmeiras nos dias de jogos da seleção brasileira durante a Copa. Não bastasse essa exigência do acordo feito entre o governo municipal e a Multinacional, a prefeitura colocará seu órgão oficial de fiscalização à serviço da AMBEV. Durante os dias de jogos da seleção brasileira a Prefeitura Municipal de Ponte Nova estará a serviço da AMBEV e não da população pontenovense, garantindo o lucro da empresa, livre de eventuais concorrentes representados na figura dos trabalhadores autônomos. Estes são uma ameaça ao lucro da AMBEV, portanto devem ser perseguidos pelos agentes de fiscalização do município. O governo municipal realmente irá agir dessa forma covarde e subalterna, atendendo os interesses particulares de uma multinacional e desprezando os interesses dos trabalhadores pontenovenses? A quem mais interessa isso além da AMBEV?
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            Vejam, o problema não é a Prefeitura de Ponte Nova ter fechado acordo com a AMBEV a fim de oferecer à população pontenovense uma opção de acompanhar os jogos da seleção brasileira no Mundial da FIFA de 2014. Ótimo haver um evento que reúna as pessoas para acompanharem a seleção durante a Copa. O problema é a natureza do acordo. Houvesse a integração dos trabalhadores autônomos através de cadastro que os credenciasse a vender suas bebidas, independente de que marca sejam, na Praça de Palmeiras durante a transmissão dos jogos nada teríamos a criticar. Se o governo municipal acha normal atender os interesses particulares de uma empresa em detrimento dos interesses da população pontenovense, nesse caso dos seus trabalhadores, simplesmente por esta oferecer uma estrutura para a transmissão dos jogos, sinceramente, temos um problema, pois o PT, ao menos na esfera pontenovense se iguala a todos os demais partidos.
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            Aqui em Salvador passamos pela mesma situação durante o carnaval desse ano. Não bastassem as cordas dos blocos, os camarotes e abadas caríssimos separando as pessoas de acordo com sua situação socioeconômica, tornando uma festa popular produto exclusivo de consumidores que podem pagar para consumi-la, forçaram guela abaixo da população soteropolitana o monopólio das cervejarias Itaipava e Schincariol. Aqui ficamos apenas revoltados, não houve surpresa já que o responsável pela exclusividade dessas marcas na venda de bebidas alcoólicas durante o carnaval de Salvador veio de ACM Neto do DEMOcratas. Assim como no caso do acordo firmado entre a Prefeitura de Ponte Nova e a AMBEV, Grampinho (apelido carinhoso dado pela população baiana à ACM Neto) também usou o órgão de fiscalização da Prefeitura de Salvador (a SUCOM) para garantir os interesses das cervejarias que adquiriram exclusividade na comercialização de seus produtos durante o carnaval. Apreensões foram feitas em larga escala de cervejas de marcas concorrentes por agentes da SUCOM impedindo que os trabalhadores autônomos comercializassem a marca que considerassem melhor para suas vendas.

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            A que ponto chegou o governo pontenovense!! Ter o mesmo comportamento que um governo do DEM!! Estou realmente surpreso e preocupado com esse comunicado da Prefeitura de Ponte Nova. Assim como ACM Neto aqui em Salvador garantiu os interesses econômicos da Itaipava durante o carnaval proibindo a venda de outras marcas de cerveja nos circuitos do carnaval, a Prefeitura de Ponte Nova proíbe que trabalhadores autônomos vendam bebidas alcoólicas durante os dias de jogos da seleção brasileira na Praça de Palmeiras e em seu ENTORNO afim de garantir os interesses da AMBEV representados pelo evento Point da Brahma. Quer dizer que em dias de jogos da seleção brasileira durante a Copa a Praça de Palmeiras será propriedade da AMBEV!!??? Fico ainda mais surpreso por se tratar de um governo do PT, ao menos em tese partido dos trabalhadores. Nesse caso específico os trabalhadores ficam em segundo plano e os interesses de uma mega corporação são plenamente atendidos! Os fiscais da prefeitura trabalharão garantindo os interesses da AMBEV e prejudicando o trabalhador autônomo pontenovense!! Nunca pensei presenciar um governo petista agir tal qual um governo do DEM no modo de tratar os trabalhadores!!




domingo, 25 de maio de 2014

ETE SIM! NO RASA NÃO!?

ETE SIM! NO RASA NÃO!?
                                                                   
                                                                                       Carlos Inácio 

O veto do Projeto de Lei que propunha a construção da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) de Ponte Nova continua a repercutir pelos perfis dos pontenovenses do facebook. Tenho acompanhado algumas discussões e os argumentos contra a construção da ETE parecem estar comprometidos com interesses particulares, desprezando por completo o interesse coletivo, qual seja, o bem estar da população pontenovense.  Vejo muitas justificativas do tipo “Você defende a ETE por não morar no Rasa! Não vai ter que conviver com o fedor!” ou então “Possuo terreno próximo ao local onde a ETE será construída e se isso de fato ocorrer meu terreno será desvalorizado”. As frases deixam clara a preocupação direcionada para o que acontece ao redor do próprio umbigo.
            Os opositores do PL cunharam o seguinte sologan: “ETE SIM! NO RASA NÃO!” Mantra cujo objetivo é alcançado: anular o pensamento de quem o entoa. Através de uma retórica fajuta, se dizem a favor da construção da ETE desde que não seja no Rasa. Contudo, sua natureza falaciosa se revelou quando o Executivo cedeu à pressão e assumiu o compromisso, através de oficio enviado ao Ministério Público de mudar o local de construção da ETE para aquela que seria a segunda opção, de acordo com estudo realizado antes da formulação do projeto, conforme notícia publica no site Unidade de Notícias (link para notícia: http://unidadenoticias.com.br/novo/prefeito-volta-com-pedido-de-financiamento-para-a-ete-e-garante-que-nao-sera-na-raza/) Embora não seja determinada nessa reformulação do PL a localização da ETE, fica claro tratar-se de região abaixo do Distrito do Pontal, uma vez que um estudo feito pelo DESA (Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG)  determina essa região como segunda opção.
Diante dessa mudança tão exigida pelos praticantes do mantra “ETE SIM! NO RASA NÃO!”, outra razão surge pra manter a contrariedade acerca da construção da ETE, a suposta existência de um empecilho jurídico, pois, no texto original do PL, o local descrito para a construção da ETE é o Rasa. Nesse sentido, alegam ser a alteração do local da ETE uma falsificação do texto original proposto pelo governo municipal. Ora essa, porque os militantes do “ETE SIM! NO RASA NÃO!” só após essa mudança do Executivo apontam para essa falha? Não percebem a contradição em solicitar algo que não pode ser feito? Pois pedem a mudança do local e dizem não ser possível realizá-la! Uma razão anula a outra. Ora essa, o governo atende a principal solicitação feita pelos opositores da construção da ETE no Rasa e ainda assim não se dão por satisfeitos!
Sinceramente! O prefeito Guto Malta é Procurador Federal, e isso, caso eu não esteja enganado, significa deter algum domínio sobre o campo jurídico. Será mesmo que o ofício enviado ao MP e o comprometimento do prefeito, expresso no mesmo documento, de construir a ETE abaixo do Pontal, não tem nenhum valor jurídico? Será mesmo, caso esse ofício possa ser anulado por outro emitido posteriormente pelo prefeito, como disse um dos vereadores votantes pelo veto da PL, que Guto Malta faria uso de tal artifício atestando ser homem de duas palavras? Ao que tudo indica a ETE seria vetada pelos vereadores independentemente do local escolhido para sua construção.
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Coloquemos as coisas em seus devidos lugares. Sendo o principal problema a localização da ETE, voltemos ao dia 30 de agosto de 2013. Nesta data, o DMAES noticiou em seu site o recebimento de um relatório entregue por uma comissão de moradores do bairro Rasa, contrários à construção da ETE. No relatório são indicados 04 locais, todos localizados entre o bairro Rasa e o distrito do Pontal. O DMAES acatou o pedido e encomendou junto ao DESA (Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG)  novo estudo para determinar o melhor lugar para construção da ETE. (Fonte: site do DMAES, link da notícia: http://dmaespontenova.com.br/index.php/noticias/85-apresentado-novo-estudo-locacional-da-ete). Além de ceder à pressão dos manifestantes do “ETE SIM! NO RASA NÃO!”, o governo municipal havia anteriormente atendido a um pedido da comissão de moradores do Rasa, mostrando-se claramente aberto ao diálogo.
Façamos mais um regresso no tempo, agora para o dia 21 de novembro de 2013, quando o DMAES divulgou o resultado do novo estudo realizado pelo DESA, solicitado pela associação de moradores do Rasa. A escolha do Rasa como local para construção da ETE foi feita a partir de critérios estabelecidos pelos profissionais responsáveis pela realização do estudo que determinou qual seria o melhor local para construção da estação. Esse estudo levou a dois locais que satisfaziam boa parte dos critérios de construção: o Rasa e a região abaixo do distrito do Pontal. Os critérios utilizados no estudo encomendado pelo DMAES foram: riscos inerentes à desapropriação de terrenos, percentual de atendimento à população, custo com interceptores, custo das obras de implantação, consumo de energia elétrica nas estações elevatórias, distância de adensamentos populacionais e acesso rodoviário”. (Fonte: Página de notícias do site do DMAES http://dmaespontenova.com.br/index.php/noticias/85-apresentado-novo-estudo-locacional-da-ete). Na comparação entre as duas áreas, o Rasa foi considerado o melhor para a construção da ETE, por satisfazer a maior parte dos critérios listados no estudo.
Quer dizer, existe um laudo técnico atestando ser o Rasa a melhor localização, garantindo não haver impactos negativos sobre a região e ainda sim o mantra é repetido exaustivamente. Isso faz crer estarem as pessoas contrárias à ETE no Rasa preocupadas apenas com seus interesses particulares. Não vejo ninguém entre os adeptos do mantra “ETE SIM! NO RASA NÃO!” apresentar argumentos amparados em fatos concretos comprovando ser a ETE causa de doenças e emissora de gases mau cheirosos. Lembremos a visita à ETE de Ipatinga no dia 11 de janeiro deste ano por comitiva formada pelo prefeito Guto Malta, representantes do Executivo e do DMAES, membros do Conselho Deliberativo do DMAES (Condel), representantes do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema), do Rotary Club, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da imprensa local, da sociedade civil - como moradores do bairro Rasa e Pacheco - e alguns vereadores. A comitiva avaliou positivamente o modo como opera a ETE em Ipatinga conforme noticiado pelo site Pontenet (Link para a notícia: http://www.pontenet.com.br/index.php/component/k2/item/2042-avaliacao-positiva-comitiva-de-ponte-nova-conhece-a-ete-de-ipatinga).
Os vereadores Leo Moreira, Valéria Alvarenga e Toni do Badalo acompanhados pelo vice-prefeito Zé Luiz visitaram uma moradora do bairro próximo à ETE de Ipatinga que relata a existência de forte odor antes da instalação dos desodorizadores. Na realidade a ETE de Ipatinga não previa em seu projeto original a instalação dos desodorizadores que evitassem os odores provenientes do tratamento do esgoto daquela cidade. O sistema foi instalado posteriormente conforme atesta a moradora entrevistada o que diminuiu bastante a emissão do mau cheiro que segundo a entrevistada praticamente não existe mais. No caso do projeto de Ponte Nova, o desodorizador já é previsto como equipamento obrigatório, sendo do modelo mais eficiente e moderno segundo o DMAES. No final do vídeo o operador da câmera lança uma pergunta capciosa à entrevistada que aqui reproduzimos: “Vou te fazer uma última pergunta: o que você recomenda à população de Ponte Nova? Aceitar ou não aceitar uma ETE dessas a 100 metros de uma RESIDÊNCIA?” A pergunta é capciosa por não estar amparada no texto do PL da ETE. No texto do PL consta ser a construção da ETE próxima a 100 metros de residências?  Voltemos aos critérios que determinaram o melhor local para construção da ETE segundo estudo feito pela DESA: riscos inerentes à desapropriação de terrenos, percentual de atendimento à população, custo com interceptores, custo das obras de implantação, consumo de energia elétrica nas estações elevatórias, distância de adensamentos populacionais e acesso rodoviário”.  O critério em destaque determina a construção da ETE em local distante de concentração populacional. Portanto a ETE não poderia ser construída próxima à residências, haveria uma distância mínima da zona residencial. Certamente essa distância não seria de 100 metros entre as residências e a ETE conforme faz crer a pergunta feita à entrevistada. O vídeo pode ser visto através do perfil do vereador Leo Moreira no youtoube acessando o link: https://www.youtube.com/watch?v=RTtiYK7mLoA
Isso tudo levar a crer que os interesses ligados à oposição da escolha do local do Rasa para construção da ETE são particulares. Ninguém parece pensar no benefício do conjunto, ou seja, de toda população pontenovense, mas nos seus próprios apenas.
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O orçamento para construção da ETE no Rasa seria de R$ 21.049.086,84, abaixo do Pontal chegaria a  R$ 24.202.799,59. “Além disso o fato do licenciamento já se encontrar em etapa de Licença Prévia e de Instalação (LP + LI), além da economia do custo de implantação de interceptores”. Amparados pelo estudo que indica ser o Rasa o melhor local para construção da ETE, evidentemente a opção foi seguir as determinações técnicas desse laudo. Somem a essa razão o custo menor da construção no Rasa e teremos o resultado! (Fonte: Página de notícias do site do DMAES http://dmaespontenova.com.br/index.php/noticias/85-apresentado-novo-estudo-locacional-da-ete)
A discussão sobre a construção da ETE em Ponte Nova teve início em 2006, portanto, há duas gestões. Nessa ocasião foi protocolado pedido de Licença Prévia (LP) na SUPRAM (Superintendência Regional de Regularização Ambiental/MB) localizada em Ubá. A licença foi concedida por esse órgão em 2008. A partir dessa concessão o governo municipal podia iniciar o processo que levaria à construção da ETE. Porém, em 2009, portanto na gestão do ex-prefeito Joãozinho de Carvalho, o Executivo não deu prosseguimento ao licenciamento concedido em 2008. Resultado: o Ministério Público abriu inquérito civil frente ao DMAES a fim de verificar se Ponte Nova tratava seu esgoto ou não. No ano seguinte, 2010, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o DMAES, o Executivo e o MP. Nesse documento, DMAES e Prefeitura Municipal assumiram o compromisso de conseguir a Licença de Instalação e a Licença de Operação para construção do empreendimento em apenas 09 meses. (Fonte: Página de notícias do site do DMAES http://dmaespontenova.com.br/index.php/noticias/85-apresentado-novo-estudo-locacional-da-ete) Porém, adivinhem o que aconteceu! As exigências não foram cumpridas levando o MP a executar o TAC em 2011. Por esse motivo o DMAES ficou sujeito a pagar multa diária de R$ 5.000,00 e transferir o valor mensal arrecadado através da tarifa de esgoto do Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos (FUNDIF). (Fonte: Página de notícias do site do DMAES http://dmaespontenova.com.br/index.php/noticias/85-apresentado-novo-estudo-locacional-da-ete)
No dia 21 de fevereiro de 2013 foi realizada audiência de conciliação organizada pela atual direção do DMAES, cujo resultado foi a suspensão da execução do TAC pelo Ministério Público, já que o DMAES se comprometeu a apresentar o projeto da ETE, bem como no prazo de 2 meses apresentar um relatório informando a situação do processo de implantação do empreendimento. O governo Guto Malta, portanto, livrou os cofres municipais da multa diária de R$ 5.000,00 que vinha sendo paga desde 2011 quando o MP executou o TAC e levou o PL para votação na Câmara. Agora, calculem aí quanto foi gasto de lá até a realização do acordo em fevereiro do ano passado! O problema herdado da gestão Joãozinho de Carvalho estaria resolvido caso o PL tivesse sido aprovado pela Câmara. Os vereadores contrários à ETE apresentaram entre suas razões para o veto o receio de termos o orçamento municipal comprometido através do uso de recursos do FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS para o financiamento da ETE causando endividamento do município. O áudio da sessão da Câmara Municipal em que o PL foi votado, com as respectivas justificativas dos vereadores para seu voto, pode ser acessado através do link: http://www.pontenova.mg.leg.br/audio-das-reunioes/Reuniao%20do%20dia%2012%20de%20maio%20de%202014.mp3/view)
Agora pergunto: o veto também não acarretaria o endividamento do município uma vez que a execução do TAC levaria ao pagamento de multa diária de R$ 5.000,00? Segundo os vereadores favoráveis ao PL o não cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado pelo ex-prefeito Joãozinho de Carvalho, levará a Prefeitura a assumir uma dívida de oito milhões de reais. Caso haja algum fundamento nos motivos apresentados pelos vereadores a respeito do endividamento através do FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS, resta considerar que o endividamento ocorreria de um jeito ou de outro. O problema é que o endividamento contraído pelo veto não traz consigo, como contrapartida, a ETE para o município de Ponte Nova. O veto levou à perda do recurso já que a assinatura do convênio com Governo Federal/Ministério das Cidades deveria ser efetivada até junho desse ano (Fonte: Página de notícias do site do DMAES http://dmaespontenova.com.br/index.php/noticias/85-apresentado-novo-estudo-locacional-da-ete).
Seria o veto resultado de falta de bom senso por parte dos sete vereadores que por ele votaram, uma manobra política para mostrar a força da oposição, a prova de serem os interesses particulares ligados à área de construção da ETE prioridade da oposição? Quanto aos motivos só podemos especular, a seu respeito nada sabemos. Contudo sabemos que o resultado da votação só trouxe lastimáveis perdas à Ponte Nova.






domingo, 18 de maio de 2014

Não são apenas sete os responsáveis pelo veto ao projeto de construção da ETE em Ponte Nova

Carlos Inácio Coelho Neto
Dalton Sanches

      Antes que alguns críticos ao governo, tanto em âmbito federal como municipal, venham ao encontro deste texto ávidos por críticas histéricas e superficiais ao mesmo, advirtamos desde já que, com todos os seus erros, nós, e muitos de nossa geração, acreditamos ser ainda o que tem um PROJETO DE PAÍS E MUNICÍPIO com o qual minimamente concordamos; por verificarmos, e sentirmos concretamente, algumas de suas conquistas essenciais fazendo parte da vida dos brasileiros. Conquistas políticas e sociais que nenhum governo anterior teve capacidade de efetivar, diga-se em alto e bom som. Aos críticos raivosos ao governo – e falando em âmbito nacional –, advirtamos ainda que não significa que somos incondicionalmente a favor de megaeventos no Brasil como a Copa do Mundo, à custa de despejos desumanos de várias famílias de suas moradias e outras questões, entre elas o aparelhamento milionário da polícia; pra não falarmos das alianças com forças conservadoras. Porém, diante do eminente desespero latente da elite brasileira para emplacar o candidato do PSDB, Aécio Neves, nas próximas eleições, deixamos claro, mais uma vez, o nosso APOIO AO GOVERNO DO PT.

       Agora, pedimos paciência ao leitor para nos acompanhar no raciocínio deste texto um pouco longo, mas necessário, o qual intenta chamar atenção para alguns problemas pontuais da política municipal ocorridos na semana passada. É bom frisar, ainda, que os autores destas linhas são cidadãos pontenovenses, destituídos de qualquer tipo de filiação a algum partido. Posto isso, vamos ao que interessa:

       O Projeto de Lei (PL) nº 3.347/2014 que propõe a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em Ponte Nova foi vetado na Câmara de Vereadores da cidade em sessão do dia 12 de maio. O veto repercutiu bastante no Facebook. Postagens feitas em perfis pessoais de moradores de Ponte Nova revelam haver de grande parte da população o sentimento de que o veto representa retrocesso político, social e ambiental para a cidade. Há, de parte dos perfis do Facebook das pessoas ligadas ao governo municipal, postagens que mostram o seu descontentamento com relação ao veto, no entanto, a essa altura não passam de lágrimas vertidas sobre o leite derramado.

       O veto da Câmara é resultado de um processo iniciado com a retomada das discussões em torno da construção da ETE pelo governo Guto Malta em 2013, cujo resultado foi o acima citado PL nº 3.347/2014. Os principais responsáveis pelo veto são a oposição e o Legislativo municipal, representado na figura dos sete vereadores que votaram pelo veto do projeto, portanto, CONTRA a construção da ETE. São eles: Leo Moreira (PSB), Marília Rôlla (PSB), José Mauro Raimundi (PP), Valéria Alvarenga (PSDB), Toni do Badalo (PDT), Patrícia Castanheira (PTB) e Wellington Neim (PMDB). A oposição é responsável por ter repercutido massivamente os “malefícios” que seriam causados pela construção da ETE em meio à população do bairro Rasa, por meio do Facebook e na Audiência Pública promovida pelo CODEMA (Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente), no dia 25 de janeiro desse ano, quando um número esmagador de pessoas contrárias à ETE compareceu atendendo à convocação da oposição. Um dos principais motivos usados como justificativa pela oposição contrária à construção da ETE foi o de que ela emitiria gases mau-cheirosos fortes, afetando portanto a população do Rasa. O que CAIU POR TERRA quando houve uma visita – por parte de autoridades, civis, entidades e membros do governo, entre eles o prefeito Guto Malta – à ETE de Ipatinga, conforme noticiado pelo site PONTENET (http://www.pontenet.com.br/index.php/component/k2/item/2042-avaliacao-positiva-comitiva-de-ponte-nova-conhece-a-ete-de-ipatinga). Mesmo com mostras factuais de ser INCORRETA a informação de que a ETE emitiria tais gases fedorentos, a oposição, junto a uma parte dos moradores do Rasa, mantiveram-se contra a implementação da ETE naquele local. O slogan ETE SIM, MAS NO RAZA NÃO! esteve à frente dos protestos contra a ETE. O prefeito, então, decidiu ouvir o slogan e o projeto passou a determinar a construção da ETE no distrito do Pontal. Mesmo cientes da mudança do local para construção da ETE, a maioria dos vereadores votou pelo veto do PL. Isso deixa, no mínimo, margem para interpretar que o veto teve INTERESSES POLÍTICOS E ECONÔMICOS, e também ressentimentos por parte de alguns não reeleitos à atividade política para o ano de 2014.

       Enfim, derrota lastimável para muitos. Vitória glorificadora para poucos. Glorificadora, aliás, pelo fato de os sete vereadores que votaram contra terem sido laureados com a insígnia de “heróis” em perfis do Facebook de alguns cidadãos. Seria cômico, se antes não fosse trágico! Mas, como salientamos no início, não choremos o leite derramado. Ao contrário, indaguemos sobre possíveis parcelas de culpa do próprio governo e sua base:

     Primeiramente perguntemos por onde andou a assessoria de comunicação da prefeitura e do PT pontenovense. Afinal, a informação clara e sistemática à população é um dos pilares de uma boa governabilidade, não é mesmo? Não houve, por exemplo, até onde sabemos, divulgação massiva sobre a Audiência Pública ocorrida no dia 25 de janeiro de 2014 na Escola Municipal Jose Maria da Fonseca. Houve, sim, uma conclamação à população feita a toque de caixas, por parte de membros do governo e entidades, às vésperas da audiência, mesmo assim quando sentiram que os moradores do Rasa juntos a autoridades estavam pressionando ferrenhamente. O PT pontenovense foi omisso ou incompetente por não articular sua militância – se é que ela existe – e promover o comparecimento massivo de pessoas favoráveis à construção da ETE. O resultado foi a quase impossibilidade de as pessoas a favor da ETE, membros da sociedade civil, diga-se de passagem, exporem seus argumentos ao pegarem o microfone para falar das vantagens de termos uma ETE em Ponte Nova. Foi quase impossível falar, pelo fato de serem vaiadas e hostilizadas pelos contrários à ETE, numa clara manifestação ANTIDEMOCRÁTICA, diga-se de passagem. Não fosse pela competente mediação realizada por autoridades do CODEMA, a audiência seria implodida devido ao estardalhaço causado pelos que estavam gritando desenfreadamente palavras de ordem.  Daí, perguntemos: onde estava a militância do PT, tão presente na comemoração da vitória de Guto Malta em 2012? Por que não estavam presentes à audiência pública e na sessão de votação do PL? Um detalhe: dias antes da votação na câmara, ou até mesmo no dia 12 de maio, se não nos equivocamos, a oposição se articulou e colocou um carro volante circulando em toda a cidade, no qual transmitia-se chamada para a população comparecer à câmara, bem como discorrendo sobre as “desvantagens” de termos uma ETE no bairro Rasa e adjacências. Ora, por que a administração atual não reagiu do mesmo modo, colocando um carro a fim de argumentar fortemente sobre o porquê das vantagens de termos, sim!, um projeto de tamanha importância para a cidade? Voltando: onde estavam, com exceção de alguns presentes, maioria dos secretários, assessores e o próprio prefeito para pronunciar a favor da ETE na audiência? Desde que tal projeto, legado da administração anterior, foi assumido, não foram feitas campanhas sistemáticas de divulgação da ETE, mostrando do que se trata, os impactos sobre o meio ambiente da cidade, enfim esclarecendo todas as dúvidas por parte da população sobre a ETE. A proposta do PL é importante, mas não é suficiente para sua aprovação. Seria preciso promover ações mais pontuais e intensas a fim de mostrar à população – bairro a bairro – a relevância fundamental da aprovação do projeto. Isso não foi feito por parte da prefeitura e nem do PT pontenovense.

       Dito isso, cabe dizer da atuação pouco expressiva do atual governo no que toca a conscientização da população acerca dos graves problemas estruturais do Município, herdados da lastimável administração anterior, os quais, devido a essa má comunicação (omissão?), foram automaticamente associados, por muitos, à gestão atual. No que diz respeito ao que consideramos ser excesso de pragmatismo político por parte da base do PT municipal e aliados, erros de estratégia como a derrota da ETE, por exemplo, foram frutos de uma relação de quase subordinação diante da oposição, e cujo intuito, a nosso ver, perpassa pela garantia de governabilidade. Agora, nos perguntamos: o que se tem colhido efetivamente com tal governabilidade, uma vez que parte da oposição tece críticas ácidas à atual gestão, se aproveita de situações e eventos que na verdade deveriam ser mérito da mesma e, no entanto, a atual gestão não responde com as cabíveis medidas? Para encerrarmos e não mais cansarmos o leitor, deixamos o exemplo que ilustra bem o que argumentamos acima: uma das falas que pautou a discussão da aprovação da ETE, na Câmara, foi sobre o possível endividamento por parte do Município caso fosse feito o financiamento junto à Caixa Econômica Federal. Juramos que procuramos o PL a fim de verificarmos se tais razões tem fundamento. Não encontramos! Procuramos, também, alguma nota da assessoria de imprensa da prefeitura comentando o resultado da votação e desconstruindo os argumentos apoiados nessas duas razões. Nada encontramos. Devemos, portanto, considerar que o Executivo municipal propôs um projeto que dispara um tiro contra seu próprio pé e compromete o orçamento da cidade? Preocupa-nos a falta de pronunciamento oficial por parte do governo municipal a esse respeito! Será que o silêncio é realmente a melhor resposta? De acordo com o ditado popular: Quem cala consente! Também temos ouvido muitos discursos que revelam uma fé messiânica quanto à figura do prefeito, como se ele fosse salvar a todos nós. Não podemos esquecer que num Estado democrático as decisões e ações não são responsabilidade de um único homem. Se as partes componentes do governo não abandonarem a atitude extremamente burocrática apresentada até aqui e assumirem suas responsabilidades políticas, que vão além das paredes das repartições públicas, situações como essas voltarão a ocorrer muitas vezes mais. Mas, como advertimos no início deste texto, e para não sermos injustos, conquistas e avanços foram realizados como nunca antes verificados e sentidos na história do Município. Fica então o nosso apoio, com certo tom de auto-crítica e mea culpa.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Série Entre-Vistas com Emerson DMG

    A série Entre-Vistas retorna após 4 anos para trazer o rapper Emerson DMG. Natural de Ipatinga, cresceu em Ponte Nova, cidade com a qual possui forte vínculo e hoje vive na em São Paulo. O rap mineiro, em particular o pontenovense, tem pouquíssimo espaço na mídia e podemos dizer sobrevive da militância própria de quem é do hip-hop. Emerson fala sobre sua carreira, sua luta para se firmar na cena hip-hop no berço dessa cultura no Brasil e da cena em Ponte Nova e em Minas Gerais.

BORN TO LOSE: Obrigado por aceitar o convite de participar da série Entre Vistas do Born To Lose. É um prazer tê-lo aqui!! Emerson, sempre iniciamos as entrevistas com a pergunta: o que é arte para você?

Emerson DMG: A arte salva, arte é vida e há muito tempo carrego esse lema comigo ( Viver é arte Sobreviver é preciso ) cada vez mais.

BORN TO LOSE:  Quando e como foi seu primeiro contato com o hip hop?

Emerson DMG: Em meados da década de 90 eu conheci o rap que é um dos 4 elementos da cultura hip hop. Foi amor à primeira vista. Eu e o meu parça Franklin,  vulgo Preto, começamos a fazer umas rimas e a escrever algumas letras dentro da sala de aula mesmo, só para tirar um barato. Era muito loko! Daquele momento em diante, era só rap 24 por 48 até eu me apaixonar novamente, quando conheci a dança, ou melhor, o break que também bateu forte e ficou marcado.

BORN TO LOSE: Acredito que isso tenha sido quando ainda morava em Ponte Nova! Em qual escola você estudou e como conheceu o Preto (Franklin)?

Emerson DMG: Estudei em outras escolas mas a que mais marcou foi a E.E.Senador Antonio Martins certo. Agora o Preto, nos conhecemos na infância ainda moleques, morávamos na mesma rua, crescemos juntos e até hoje temos uma conexão de família morou.          
                                                                                                                               BORN TO LOSE: Você disse acima que a arte salva, ela te salvou de algo?

Emerson DMG: A arte salva, acredito plenamente que a minha formação como cidadão e tal, na parte profissional também, foi devido ao meu envolvimento com a arte, no caso a cultura hip hop. Vários amigos meus se envolveram com o crime certo, alguns infelizmente não estão mais entre nós, outros presos, alguns passaram pelo sistema prisional e estão se ressocializando devido à arte e o que me livrou de não ter seguido essa mesma trajetória foi a arte, o hip hop.   

BORN TO LOSE: Havia um movimento hip hop em Ponte Nova quando você começou a escrever suas rimas e se interessar pelo break. Como era o hip hop pontenovense naquela época e como está hoje?

Emerson DMG: Quando comecei a escrever não sabia da grandeza que era o rap,
para mim era só um estilo musical. Eu logo me identifiquei como rap porque abordava nas letras o nosso cotidiano. Em Ponte Nova sempre houve vários manos envolvidos com a cultura, porém muitos ficam no anonimato, pois vivemos em um país que não valoriza a cultura ou a arte. Eu vou mais além, certo, não valoriza nem mesmo o cidadão brasileiro morou. Antigamente em nossa cidade tínhamos vários salões voltado para som black, vários concursos de dança na cidade e região onde todo final de semana uma rapaziada se reunia para se encontrar, dançar, confraternizar ou só para curtir. Infelizmente hoje não existem mais espaços como os de antigamente, mas felizmente ainda existem guerreiros que trabalham e lutam contra tudo e contra todos para não deixar a cultura morrer em nossa cidade. Salve o hip hop!      

BORN TO LOSE: Pra você qual seria a causa do desaparecimento dessas casas de shows e eventos ligados à black music e em particular do Hip Hop em Ponte Nova?

Emerson DMG:  Primeiramente por incompetência dos donos das casas, que na época só visaram os lucros e não se preocuparam em expandir, preparar e capacitar melhor os seus funcionários. Depois, incompetência da administração da prefeitura, que com o índice crescente de violência e mortes de jovens, principalmente por várias tretas geradas nos bailes, acharam mais prático acabar com os bailes. Pensando que assim acabariam ou amenizariam o problema certo, não! Errado! Com os fechamentos das casas as ocorrências na cidade podem não ter aumentado, mas a violência aumentou muito e com certeza uma boa parte desse crescimento foi feita pelo fim desses eventos, sem um lugar para se divertir e confraternizar a vida ficou monótona, principalmente por ser uma cidade do interior que infelizmente não cresce, não evolui e não dá oportunidades concretas para os jovens e moradores da cidade. 


BORN TO LOSE: Pra você o que leva a essa visão negativa lançada sobre a cultura vinda da periferia como o Hip Hop, principalmente por parte da elite e do governo? Em Ponte Nova o olhar lançado sobre o Hip Hop pela elite e governo também é esse?

Emerson DMG: Acredito que hoje apesar da nossa cultura não ser valorizada como deveria ser, estamos tendo uma grande aceitação em todas as áreas. Vários irmãos em toda parte do país estão trampando e difundindo a cultura. O respeito não é comprado e sim conquistado e em Ponte Nova não será diferente! Somos o que queremos ser, a nossa luta continua... 

BORN TO LOSE: Você tem alguns raps gravados e as rimas procuram falar sobre o cotidiano de quem vive na periferia. O rap é uma música de protesto? O que você pensa do rap que não expõe as questões sócias da periferia?

Emerson DMG: O rap é um estilo musical como qualquer outro, porém, por ter nascido nos guetos, no Brasil muitos grupos seguem uma linha de protesto, pois temos um estado omisso. Eu procuro fazer um som com a minha verdade, o que eu vejo, vivencio ou relatos de alguns manos. Vivemos em uma democracia, ou melhor, em uma falsa liberdade, mas cada um faz as suas escolhas e segue o que acredita desse jeito, cada um no seu corre.          

BORN TO LOSE: Quais são seus objetivos com rapper? 


Emerson DMG: Reconhecimento se estiver realizando um bom trabalho e conseguir sobreviver fazendo aquilo que amo: a musica, o rap.

BORN TO LOSE: Há na internet alguns raps que você gravou e vêm divulgando através das redes sociais. Você pensa em lançar um álbum?

Emerson DMG: Com certeza eu pretendo lançar um álbum. Tenho até uma obra que está estacionada, porém para lançar algo de qualidade com a minha cara é necessário investimentos. Hoje eu não tenho condições e nem patrocínio para concretizar essa obra, mas quem sabe se em um futuro próximo as coisas podem mudar.

BORN TO LOSE: Você é pontenovense, mas vive em São Paulo. Por que resolveu deixar Ponte Nova e ir morar em São Paulo? Tem algo a ver com o hip hop?

Emerson DMG: Na realidade eu nasci em Ipatinga - MG, mas me considero pontenovense, pois foi em Ponte Nova que eu cresci. Referente à minha ida para São Paulo fui a convite do meu amigo Franklin, pois na época estávamos desempregados e como eu tinha algumas qualificações profissionais resolvi aceitar a proposta de mudança, e com certeza o que pesou para eu tomar essa decisão foi pelo fato do cenário do hip hop ser muito forte em São Paulo.   

BORN TO LOSE: Qual pergunta não foi feita, mas que você considera ser importante fazê-la e qual sua resposta a ela?


Emerson DMG: Todas as perguntas foram importantes, mas para finalizar perguntaria onde vc quer chegar com a sua musica e quais os seu planos para futuro? Espero que a minha musica possa chegar onde deve chegar e quem sabe possa confortar e direcionar os nossos irmão em meio ao caos em que vivemos. Para um futuro próximo eu espero lançar o meu primeiro álbum de forma independente ou não, solo ou na. Tenho um projeto pronto, mas ainda não está definida a forma como ele será concretizado. No mais espero que a rua, o publico curtam o meu trabalho, e que eu consigo chegar e me manter dentro de um cenário, de uma cultura transformadora que resgata vidas. Pra finalizar gostaria deixar um salve sem citar nomes para não magoar certo,  para todos os manos que de alguma forma fizeram parte da minha vida, pros irmãos de correria lado à lado quem é tá ligado, um salve para as quebradas que fizeram e fazem parte do meu dia a dia, Diadema, São Bernardo do Campo, todo ABCD, Vila Clara, Jr.Mirian, Cidade Ademar, Pantanal, Luso, Cidade Julia, Missionária, Pedreira, Santo Amaro salve zona sul e todas as quebradas de São Paulo, um salve para Mariana - MG, Ouro Preto - MG e todas as cidades mineiras em especial, sem esquecer jamais de onde eu vim e estão as minhas raízes, salve, salve Ponte Nova - MG é nois DMG paz a todos... 



Emerson DMG disponibilizou alguns de seus raps em seu perfil do soundcloud. Cliquem no link abaixo e ouça o trabalho de Emerson DMG.

https://soundcloud.com/emerson-31

quinta-feira, 27 de março de 2014

Inverso

                Arthur Vinih disponibilizou em seu canal no youtoube, Inverso, seu novo álbum ainda sem data prevista para lançamento oficial, o que nos dá a oportunidade de ouvir em primeira mão o excelente álbum do compositor pontenovene. Inverso é um álbum pop com clara influência da sonoridade mineira representada pelos músicos do Clube da Esquina. Acrescente-se também o nome do compositor Vander Lee às influências deste álbum, bem como as conversas entre Arthur e o violonista e compositor Zé Carlos Daniel.
 Vale, contudo ressaltar a linha de fuga criada pelos sambas Capricho e Mãe Preta, pelos souls Pensamento em Temporal e Versos que Vem e pela trovadoresca Tipo Estranho apontando possíveis e distintos caminhos a serem percorridos por Arthur em trabalhos futuros. Inverso ganha relevância a mais com essas músicas por quebrarem o fio condutor do álbum constituído pelas composições pop.  O que  seria negativo em um álbum estritamente comercial é o ponto forte do novo álbum de Arthur Vinih. Isso porque as músicas acima citadas dão o contraste entre os sabores que fazem de Inverso um “prato” exótico em meio a um cardápio cada vez mais homogeneizado e indigesto que é a música pop brasileira.
Arthur parece decidido a seguir seus instintos e momentos de inspiração em detrimento da engenharia meticulosa da razão ao compor suas músicas. Inverso não é o resultado de um método de composição elaborado a fim de alcançar um resultado. Inverso é resultado de vivências ocorridas ao redor de mesas de bares, de encontros entre amigos que sentados na calçada da “Esquina de uma rua que não tem fim” dividem experiências, de amores compartilhados em camas confortáveis ao som de suspiros intensos. Sobre efeito das forças inebriantes da criatividade, deixando-se levar pelo balanço das ondas do acaso Arthur trouxe ao mundo Inverso. Fica evidente a liberdade criativa que conduziu o compositor a novas sendas, permitiu experimentar novas linguagens, construir novas formas sonoras. Arthur abriu mão do cálculo, abraçou a inspiração! O resultado não poderia ser outro que composições carregadas pela força da espontaneidade. Nesse sentido Arthur não obriga a si mesmo compor músicas que se enquadrem ao molde da música pop. Há honestidade artística em sua música, claramente percebida pela despreocupação em compor músicas de fácil digestão ao seu público. O compromisso maior está antes de tudo com o desejo de criar, de explorar territórios desconhecidos. Ao quebrar a linha pop em Inverso, o compositor se responsabiliza pelo risco de ser mal compreendido e quiçá desprezado, porém, ousa se equiparar aos “deuses” da música.  

Acesse o link abaixo para ouvir INVERSO.


 


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A Cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral

 É poeta, é pontenovense, é mineiro, é mundano, é psicodélico, é andarilho, é livre, é louco, é tantas coisas Mateus que não dá pra definir sua identidade, talvez sua identidade seja não ter uma identidade. Tentar definir Mateus e sua poesia é tarefa impossível, como tentar reter água com peneira. Poemas melódicos, na cadencia do samba, impossíveis de explicar, vacinados contra as amarras da racionalização acadêmica, só tem acesso à poesia de Mateus quem se deixa envolver pelas paixões que desperta e evita as abordagens da razão. Vamos nos banhar nas águas e nos deixar levar pelas veredas dessa fazenda astral. 

O poeta radicado no Universo ,Matheus Mineiro  depois de anos com as suas produções artesanais(zines -Mais Um Cadim de Poesia Aí -Alcoologia Poética - Costelinha com Quiabo e Poesia-Ô Trem Bão Poesia com Limão - Apologia Poetica) e colaborações em jornais,revistas,antologias e livretos lança seu primeiro  miolo,capa,orelha,lombada e disposição no livro A Cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral; 

Ficha técnica:

Revisão de Camilo Motta

Ilustrações do italiano Jaccopo Cecarelli

Diagramação e Designer Gráfico de Matheus Quinan

Analises Criticas de Posfácio 

Tchelo Melo,Flavio de Araujo,Carlos Giglio

Tomas Paoni.Sergio Sales,Sylvio Adalberto

Vinicius Trindade,Alvaro Assis,Ricardo Chacal e Tuppan.

Grafica Arteg - Tomate Seco .

''Livro,leve,livre e solto'' como o próprio poeta diz no poema II.E acrescenta na pagina 52 -'' A POESIA É  RAÇÃO  QUE  MASTIGA TODO SANTO DIA.''Dele analisa o também poeta carioca Vinicius Bito Trindade - ''Matheus José, mineiro, faz poesia como um sapo coaxa, como um grilo não se grila, como um pássaro pia. No que ele escreve, parece que é sempre dia, faz sol e é boa a brisa. Seu verso é fruto da terra e o homem feito de barro. Porque ao poeta cabe ser natural, não importando o deserto a sua volta, fazendo valer a pena dar um mergulho nessa Cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral''

A Cachoeira do Poema na Fazenda do Seu Astral 

76 pags - 15$ -