quarta-feira, 10 de abril de 2013

O tom dramático de Victim of Love



Em 2011 Bruno havia compartilhado em minha caixa de mensagem do facebook um link de um site que listava os 10 melhores álbuns de músicos gringos daquele ano. Entre eles estava No Time For Dreaming, álbum de estreia do black soul brother Charles Bradley, lançado pelo selo Dunham Records. Gosto de soul e funk desde a adolescência, quando na casa dos meus pais ouvi pela primeira vez uma coletânea de músicas do James Brown. Foi o suficiente para me colocar no caminho destes gêneros musicais e me tornar um fã incondicional do Godfather of soul. De lá pra cá passei a pesquisar sobre artistas e bandas dedicadas à black music. Sly and the Family Stone, Marvin Gaye, Gerson King Combo, Nina Simone, Areta Franklin e depois já morando em Salvador, Funkadelic, George Clinton, Mandril, Parliament, Miguel de Deus, União Black, Di Melo, foram ícones da black music com os quais me deparei ao longo de 20 anos, porém, até então não ouvira uma única palavra sobre Charles Bradley. O que era surpreendente, pois o som do cara é incrível! Inclusive havia pensado que se tratava de um cara jovem e acabei me surpreendendo ao saber que o sujeito completara 62 anos em 2011.
            O caso de Bradley é inusitado, basta ouvir o álbum para atestar a qualidade das faixas e a intensidade do som, sem falar na voz do cara! O timbre grave, às vezes rouco da voz de Bradley, somado ao swing garantido pelos instrumentistas certamente dão identidade à esse novo ícone da black music. Daí seu caráter inusitado, possuindo tantas qualidades, porque apenas aos 62 anos Charles Bradley lança seu primeiro álbum? Taí uma boa pauta investigativa para quem ouvir e gostar da música do americano. Curiosidades a parte, vale lembrar que o segundo álbum já foi lançado. Victim of love certamente estará na lista dos 10 melhores álbuns de 2013. Se o novo álbum não superou o segundo é certo que também nada fica devendo a seu predecessor, digamos que o nível se manteve.
Se há uma diferença entre os álbuns, arrisco dizer que Victim of love acentua mais os elementos do soul, apostando nas baladas. O título do álbum inclusive vem da balada Victim of Love, que traz algo incomum em discos de black music, refiro-me ao uso da dobradinha voz e violão. O forte apelo dramático da melodia desta música se deve muito a forma como Bradley explora o uso da sua voz sobre a base feita pelo violão que se completa com as entradas das backing vocals, que enfatizam a dramaticidade da música. Não é a toa que Victim of Love foi a música escolhida para intitular o álbum. Já No Time for Dreaming, mesmo que de levinho, adota um ritmo mais funkeado, talvez mais dançante seja a melhor expressão para definir esse álbum. Da mesma forma como acontece com Victim of Love, em No Time for Dreaming o título do álbum é dado por causa da música que expressa a tônica dançante do álbum. 
Abaixo o link para download de Victim of Love (2013), segundo álbum do black soul broder americano Charles Bradley.

           

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