Em 2011 Bruno havia
compartilhado em minha caixa de mensagem do facebook um link de um site que
listava os 10 melhores álbuns de músicos gringos daquele ano. Entre eles estava
No Time For Dreaming, álbum de
estreia do black soul brother Charles Bradley, lançado pelo selo Dunham Records.
Gosto de soul e funk desde a adolescência, quando na casa dos meus pais ouvi
pela primeira vez uma coletânea de músicas do James Brown. Foi o suficiente
para me colocar no caminho destes gêneros musicais e me tornar um fã
incondicional do Godfather of soul. De lá pra cá passei a pesquisar sobre
artistas e bandas dedicadas à black music. Sly and the Family Stone, Marvin
Gaye, Gerson King Combo, Nina Simone, Areta Franklin e depois já morando em
Salvador, Funkadelic, George Clinton, Mandril, Parliament, Miguel de Deus, União
Black, Di Melo, foram ícones da black music com os quais me deparei ao longo de
20 anos, porém, até então não ouvira uma única palavra sobre Charles Bradley. O
que era surpreendente, pois o som do cara é incrível! Inclusive havia pensado
que se tratava de um cara jovem e acabei me surpreendendo ao saber que o
sujeito completara 62 anos em 2011.
O caso de Bradley é inusitado, basta ouvir o álbum para
atestar a qualidade das faixas e a intensidade do som, sem falar na voz do
cara! O timbre grave, às vezes rouco da voz de Bradley, somado ao swing garantido
pelos instrumentistas certamente dão identidade à esse novo ícone da black
music. Daí seu caráter inusitado, possuindo tantas qualidades, porque apenas
aos 62 anos Charles Bradley lança seu primeiro álbum? Taí uma boa pauta
investigativa para quem ouvir e gostar da música do americano. Curiosidades a
parte, vale lembrar que o segundo álbum já foi lançado. Victim of love certamente estará na lista dos 10 melhores álbuns de
2013. Se o novo álbum não superou o segundo é certo que também nada fica
devendo a seu predecessor, digamos que o nível se manteve.
Se
há uma diferença entre os álbuns, arrisco dizer que Victim of love acentua mais os elementos do soul, apostando nas
baladas. O título do álbum inclusive vem da balada Victim of Love, que traz algo incomum em discos de black music, refiro-me
ao uso da dobradinha voz e violão. O forte apelo dramático da melodia desta música se deve
muito a forma como Bradley explora o uso da sua voz sobre a base feita pelo
violão que se completa com as entradas das backing vocals, que enfatizam a
dramaticidade da música. Não é a toa que Victim
of Love foi a música escolhida para intitular o álbum. Já No Time for Dreaming, mesmo que de
levinho, adota um ritmo mais funkeado, talvez mais dançante seja a melhor
expressão para definir esse álbum. Da mesma forma como acontece com Victim of Love, em No Time for Dreaming o título do álbum é dado por causa da música
que expressa a tônica dançante do álbum.
Abaixo o link para download de Victim of Love (2013), segundo álbum do black soul broder americano Charles Bradley.
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