domingo, 6 de junho de 2010

Carta pro meu Vô.






















O senhor já se perguntou o que significa viver? Eu me coloco essa questão sempre; não porque faltem respostas; respostas encontramos em cada esquina. A grande questão não é essa, mas porque sinto a necessidade de coloca-la a mim mesmo. “Pensar é estar doente dos olhos.”, a síntese do velho Caiero me atormenta! Estou doente vô, porque não consigo deixar de pensar no que significa viver. O que cativa no senhor, é justamente o vigor que vejo em sua alma. Sentir o senhor me traz a paz do silêncio, pois sinto a presença de uma vida serena, que não precisa de pensamentos e explicações, mas que está imersa no próprio viver. Ainda consigo ver o cinza daqueles domingos que não pude ir à roça! E jamais deixei de sentir a sensação daqueles dias de terra, verde e intensa atividade que a roça me deu! Era um tempo em que viver era o bastante para se estar feliz! Não me preocupar com os dias era tê-los; era passar por eles tão leve quanto a brisa das manhas de inverno! Ah! Vô, o senhor sabe do que falo né! O senhor é a própria brisa, que o intenso vento dos anos sopra cada vê mais alto. Não tenho respostas vô, na verdade, inconscientemente acho que nem as quero. Tenho algo melhor que respostas, o senhor, a própria vivência que possui mais força que qualquer resposta! Ainda serei brisa vô, pode crer!

Um comentário:

  1. Carlos,

    não sei porque, mas seu texto me fez lembrar de momentos bons da minha infância e também do meu avô, principalmente quando você diz "Sentir o senhor me traz a paz do silêncio, pois sinto a presença de uma vida serena, que não precisa de pensamentos e explicações, mas que está imersa no próprio viver."

    Gostei do que vi por aqui.

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