Arthur
Vinih disponibilizou em seu canal no youtoube, Inverso, seu novo álbum ainda
sem data prevista para lançamento oficial, o que nos dá a oportunidade de ouvir
em primeira mão o excelente álbum do compositor pontenovene. Inverso é um álbum
pop com clara influência da sonoridade mineira representada pelos músicos do
Clube da Esquina. Acrescente-se também o nome do compositor Vander Lee às
influências deste álbum, bem como as conversas entre Arthur e o violonista e
compositor Zé Carlos Daniel.
Vale, contudo ressaltar a linha de fuga criada
pelos sambas Capricho e Mãe Preta, pelos souls Pensamento em Temporal e Versos que Vem e pela trovadoresca Tipo Estranho apontando possíveis e
distintos caminhos a serem percorridos por Arthur em trabalhos futuros. Inverso ganha relevância a mais com
essas músicas por quebrarem o fio condutor do álbum constituído pelas
composições pop. O que seria negativo em um álbum estritamente
comercial é o ponto forte do novo álbum de Arthur Vinih. Isso porque as músicas
acima citadas dão o contraste entre os sabores que fazem de Inverso um “prato” exótico em meio a um
cardápio cada vez mais homogeneizado e indigesto que é a música pop brasileira.
Arthur parece
decidido a seguir seus instintos e momentos de inspiração em detrimento da
engenharia meticulosa da razão ao compor suas músicas. Inverso não é o resultado de um método de composição elaborado a
fim de alcançar um resultado. Inverso é resultado de vivências ocorridas ao
redor de mesas de bares, de encontros entre amigos que sentados na calçada da
“Esquina de uma rua que não tem fim” dividem experiências, de amores
compartilhados em camas confortáveis ao som de suspiros intensos. Sobre efeito
das forças inebriantes da criatividade, deixando-se levar pelo balanço das
ondas do acaso Arthur trouxe ao mundo Inverso.
Fica evidente a liberdade criativa que conduziu o compositor a novas sendas, permitiu
experimentar novas linguagens, construir novas formas sonoras. Arthur abriu mão
do cálculo, abraçou a inspiração! O resultado não poderia ser outro que
composições carregadas pela força da espontaneidade. Nesse sentido Arthur não
obriga a si mesmo compor músicas que se enquadrem ao molde da música pop. Há
honestidade artística em sua música, claramente percebida pela despreocupação
em compor músicas de fácil digestão ao seu público. O compromisso maior está
antes de tudo com o desejo de criar, de explorar territórios desconhecidos. Ao
quebrar a linha pop em Inverso, o
compositor se responsabiliza pelo risco de ser mal compreendido e quiçá desprezado,
porém, ousa se equiparar aos “deuses” da música.
Acesse o link abaixo para ouvir INVERSO.
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