domingo, 10 de março de 2013

Projeto Tocando em Frente Edição de Março: Mulheres


            Não consigo ver sentido em dar parabéns às mulheres no dia 8 de março. As pessoas cumprem esse ritual pelo costume de realizá-lo em datas especiais, aniverários são as ocasiões mais comuns, porém o 8 de março não é esse tipo de data especial. As felicitações feitas às mulheres desta maneira mecânica, sem ao menos ter como causa uma reflexão sobre o que uma data destinada às mulheres pode significar, representa a falta de consciência social quanto a posição ainda marginalizada da mulher na sociedade. Assim, fica encoberta a necessidade ainda existente de buscar o reconhecimento de muitos direitos ainda negados às mulheres . O dia 8 de março não é o aniversário de um gênero, não significa a conquista definitiva das mulheres do reconhecimento de sua igualdade civil com os homens. Essa data cumpre um papel mais importante se voltada à lembrar à sociedade, construída desde os primórdios através de uma suposta superioridade masculina, que a diferença de gêneros não significa uma diferença de seres, em que há um ser superior a outro, mas uma diferença presente em um mesmo ser: o ser-humano. 
                   A diferenaça entre homens e mulheres é de gênero, distinção inexistente na esfera civil. Enquanto cidadãos, homens e mulheres em nada são diferentes. Portanto, melhor que um aperto de um abraço mecanico à uma mulher, seria muito mais significativo procurar mostrar às pessoas a importância de alcançar o reconhecimento da igualdade civil entre homens e mulheres.

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                    É neste sentido que acontecerá o no dia 16 de março às 10 horas da manhã o Tocando em Frente, projeto musical realizado pela escola de música Percepção Musical que mensalmente traz para a calçada em frente à escola uma atração artística da nossa cidade. Março, mês que celebra a luta das mulheres por direitos civis igualitários aos dos homens, teremos uma manhã especial na esquina mais famosa de Ponte Nova. Teremos o prazer de ouvir cinco expoentes da música pontenovense, que vai do popular ao clássico, saõ elas Luanna Leel, Letícia Afonso, Jéssica Nunes, Julia Pires e Natália Corcini.
               Essas cinco artistas, nossas conterrâneas, fazem parte de um momento histórico da arte em nossa cidade. Nas conversas com pessoas mais velhas sobre os músicos antigos da cidade, somente nomes masculinos são lembrados. As pouquissímas mulheres cuja vida se fazia através da música, acabaram sufocadas pela supremacia masculina nesse campo artístico. Felizmente os tempos são outros e as artistas pontenovenses, nesse 16 de março representadas pelas artistas acimas mencionadas, equiparam-se aos artistas tanto em quantidade, quanto em qualidade. Essa edição do Tocando em Frente mostra o quão feminino é o som de nossa cidade, conscientiza-nos da presentaça marcante das mulheres na arte pontenovense, lembrando-nos que o tempo das Mulheres de Atenas há muito já se foi.
                      
         
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                      Em dezembro tive o prazer de ouvir Luanna Leel algumas vezes em Ponte Nova e há de se destacar o domínio  completo que possui sobre os recursos músicais dos quais se serve para expressar em sons o que se passa em sua alma. Quebrando as barreiras dos esteriotipos musicais direcionados às mulheres no campo da música, Luana Leel não se limita ao papel de interprete. Compositora talentosa, teve sua música premiada no Festival da Música Ecológica de Ponte Nova, realizado na Praça de Palmeiras no ano de 2012. O fato de ser uma exímia violonista permite-lhe alcançar excelentes resultados ao compôr, já que consegue criar a harmonia e o rítimo necessários às melodias que cria, e também ao cantar. A força de seu timbre vocal preenche bem a música sem sobressair ou ser encoberta pelo som do violão. Consegue dar a pitada certa ao formato voz e violão, sempre acrescentando uma forte presença de palco, o que lhe garante o diferencial que lhe concede o status de artista, num sentido forte, evitando o rótulo de músico de barzinho.
                       Luanna também ministra o curso de Musicalização Infantil na Percepção Musical e estuda música na Universidade Federal de Ouro Preto. 

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                         Letícia Afonso ministra o curso de Canto na Percepção Musical, tendo se graduado em música pela Universidade Federal de Ouro Preto. Muita há a se dizer sobre essa extraordinária artista pontenovense, porém, falta-me conhecimento de causa que permita fazê-lo. Fica aqui firmado o compromisso de entrar em contato com Letícia para ver se ela aceita participar da nossa série Entre-Vistas, e assim fazer jus à sua arte.

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                      Jéssica Nunes estudou na música na Percepção Musical, faz parte de uma nova geração de jovens músicos gestados por esse novo momento cultural pelo qual passa Ponte Nova. Tendo cumprido todas as etapas de sua formação na Percepção Musical, jéssica hoje dedica-se á consolidação de sua carreira nos palcos pontenovenses. Além de cantar e tocar o violão, Jéssica também é compositora.

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                         Julia Pires estuda violão erudito na Universidade Federal de Ouro Preto

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                              Natalia Corcini é professora de violino da Percepção Musical.


                           

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